O número de consumidores que estão aderindo ao sistema de energia solar tem aumentado significativamente no Cariri. Mesmo com a instabilidade econômica provocada pela pandemia da covid-19 no ano de 2020, a cidade de Juazeiro do Norte foi a segunda do Estado com mais unidades consumidoras de geração fotovoltaica, ficando atrás apenas da capital Fortaleza, que teve 3.234 sistemas. Na observação do engenheiro eletricista Henrique Grangeiro, da ESN Energia Solar, desde 2017, com a possibilidade de investimento direto com bancos e instituições financeiras, o número de consumidores cresceu.
“Nos últimos quatro anos, a região teve uma expansão. Em 2017, as quantidades de instalações e linhas de financiamento eram pequenas, mas à medida que o financiamento foi aumentando, em 2019 foi bem maior. Em 2020, não foi maior devido à pandemia, porém foi muito bom para o setor”, destaca o engenheiro. Henrique Grangeiro orienta sobre a chance do interessado conseguir um projeto que se adeque ao consumo até um pouco maior, mas com um investimento que é pago a curto prazo. “Um prazo de três a quatro anos para consumidores do grupo B, que a gente chama de residencial e comercial; e do grupo de até seis anos, para consumidores do grupo A, que possuem indústrias com subestação”, diz.
A escolha por uma nova forma de energia tem aumentado principalmente após a insatisfação dos consumidores com a empresa de distribuição de energia, como é o caso do seu Antônio Batista, morador na zona rural de Santana do Cariri, que pagava um valor muito acima do que consumia. “Tive essa ideia porque as contas estavam muito altas. Teve mês que eu paguei 410kw sem que eu tivesse gastado isso tudo”, conta. A mesma insatisfação foi a do novolindense Francisco Marcos, que tomou a iniciativa de procurar um financiamento depois de conhecer, através de um amigo, os benefícios da implantação. “Eu achei interessante por causa do valor que eu iria pagar mensalmente, que ficaria melhor do que o que eu já pagava. Em uma única conta de energia residencial, ele pagava mais de R$ 400,00 por mês. Após a implantação, o valor caiu para R$ 330,00. Com o aumento da conta de energia dos cearenses, que entrou em vigência no dia 22 de abril, após reajuste tarifário anual da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tendência das implantações é crescente, principalmente em órgãos públicos na região.
No município de Nova Olinda, por exemplo, tramita na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Nº 010/2021, que trata sobre a instalação de um sistema de geração de energia solar em prédios públicos da cidade. O PL autoriza o Poder Executivo a contratar o crédito no valor de R$ 1,4 milhão com o Banco do Brasil e pretende implantar placas fotovoltaicas nos prédios da Prefeitura, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde e no Hospital Municipal. O objetivo é diminuir o valor pago pela gestão e, que posteriormente, a inovação também chegue à iluminação pública do Município. Outros municípios já pensam em adotar o mesmo sistema.
