A região do Cariri iniciou, nesta segunda-feira (17), a imunização de crianças com idade entre cinco e 11 anos. O início da imunização para os pequeninos ocorreu a dois dias de se completar um ano desde que a primeira dose contra a covid-19 foi aplicada na região, em 19 de janeiro de 2020. Somente no Crajubar a expectativa é de que quase três mil crianças sejam imunizadas nos dois primeiros dias de imunização. Entre segunda e terça-feira (18), serão 1.260 em Juazeiro do Norte, 1.000 em Crato e 300 em Barbalha.
Em paralelo a uma campanha de negação às vacinas, a imunização é indicada por médicos e especialistas consultados pelo Jornal do Cariri. Prefeitos e secretários de Saúde caririenses também apelam para que a população de seus municípios cadastrem as crianças na plataforma Saúde Digital. O cadastro é critério para o recebimento de novas doses.
“É importante a mobilização de todas as pessoas para fazer o cadastro dos seus filhos, que já está disponível para crianças a partir de cinco anos. Não mediremos esforços para vacinar todas as nossas crianças. Então, pedimos a parceria das famílias para o agendamento”, comentou a secretária de Saúde do Crato, Marina Feitosa, no primeiro dia de aplicação de doses no Município.
Para ampliar a conscientização, a gestão cratense fez uma parceria entre as secretarias municipais de Saúde e Educação. “Quem tiver dificuldade, procure a escola do seu filho, porque a educação também tem nos ajudado nessa mobilização. Na verdade, toda a gestão municipal tem se empenhado para dar apoio a todas as pessoas que tenham dificuldade”, finaliza Marina Feitosa.
Apelo semelhante faz o prefeito de Barbalha, o médico Guilherme Saraiva (PDT). “Pedimos aos pais que têm filhos de 5 a 11 anos, aqui em Barbalha, que façam o cadastro, porque a vacina só vem se houver cadastro, se a população quiser. Então, a população precisa fazer o cadastro no Saúde Digital para que as vacinas possam chegar para essa população de 5 a 11 anos”.
O gestor barbalhense enfatizou, ainda, a importância da imunização de crianças contra a covid-19, tanto no aspecto de mutações do coronavírus, como relacionadas ao sistema imunológico de pessoas nessa faixa de idade. “É importante protegermos as crianças do coronavírus. Principalmente a criança, que tem o sistema imunológico não tão formado como o de adulto. Ela não tem uma experiência imunológica como um adulto, então quanto mais vacinarmos as crianças, melhor”, diz Guilherme Saraiva.
No Ceará, a imunização começou já no sábado (15), com a chegada de 50 mil doses de vacinas pediátricas em Fortaleza. O Estado estima vacinar cerca de 900 mil crianças, das quais 250 mil já estão cadastradas na plataforma Saúde Digital. O imunizante utilizado atualmente é o da Pfizer, que é diferente do aplicado nas pessoas acima de 12 anos. No caso das crianças de 5 a 11 anos, a dosagem é de 0,2 mL, enquanto nas outras faixas etárias é de 0,5 mL.
Para facilitar a identificação e evitar erros, a tampa do frasco da vacina pediátrica tem a cor laranja. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atestou sua qualidade e liberou para o uso. “Essa vacina é específica para crianças. Ela já é aplicada em vários países do mundo e tem a sua comprovação, eficácia e segurança garantidas”, ressaltou Camilo Santana, durante a chegada do primeiro lote.
Resistências e eficácia
O prefeito de Nova Olinda e a secretária de Saúde de Juazeiro do Norte apelaram para o bom senso diante dos fatos favoráveis à comprovação da eficácia da vacina contra a covid-19. Um mutirão de vacinação precisou ser planejado para que vacinas não vencessem em Nova Olinda. Ao contrário da busca por doses no início da imunização, o Município tem dificuldade em vacinar o restante da população que ainda não recebeu a primeira dose ou não completou o calendário vacinal.
“É triste essa realidade. Entendemos que só conseguimos estar onde estamos hoje pela vacinação. Então, a vacinação é importante. Sem politizar o tema, é uma vacina e deve ser tomada para que possamos retomar nossa vida normal”, diz o prefeito Ítalo Brito.
Já a secretária Francimones Rolim se vale dos números relativos à internações de pacientes para apelar à população juazeirense para que vacine, inclusive as crianças. Segundo ela, Juazeiro tem mantido uma média de quatro pacientes internados, número bem abaixo do registrado antes da vacinação.
“São pacientes com sintomas leves. As pessoas estão conseguindo se recuperar tomando medicamentos em casa. Isso é uma prova de que a vacina tem o seu efeito comprovado. Tiveram momentos quando chegamos a ter, em Juazeiro do Norte, mais de 100 pessoas [positivadas] por dia, na anterior, em 2020 chegou a 400 pessoas positivadas com altas taxas de pacientes em UTI. Hoje, já não temos esse número de pacientes internadas”, conclui Francimones Rolim.
