Eleito presidente da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, após a trágica morte da vereadora Yanny Brena (PL), Capitão Vieira Neto (PTB) pretende pautar a nova gestão na transparência com o dinheiro público e no diálogo com vereadores e com o Poder Executivo. Sobre a relação da Câmara com a Prefeitura, ele reconhece a independência entre os dois poderes, mas defende a harmonia entre eles.
Os primeiros atos como presidente, logo após a eleição e posse, foram acenos aos vereadores que não votaram nele e ao prefeito Glêdson Bezerra (Podemos). Sobre os parlamentares, Vieira Neto agradeceu os 12 votos recebidos. “Aos demais que não votaram, eu serei o presidente da Câmara, de todos os vereadores, para honrar e dignificar o nome do Poder Legislativo, com respeito e fazendo cumprir as nossas leis”, comentou.
Ao prefeito Glêdson, a quem faz oposição, Vieira Neto sinalizou uma gestão pautada no diálogo. Em entrevista ao Jornal do Cariri, nesta segunda-feira (20), ele repetiu o convite ao prefeito e enfatizou a necessidade de “pacificar a Câmara”, por meio de pautas propositivas. “Já convidei o prefeito para vir à Câmara. Se ele quiser falar comigo, eu irei tranquilamente ao gabinete dele. Não existe disputa, de forma alguma, entre Legislativo e Executivo. E, sim, o respeito. As críticas e as cobranças, se necessárias, irão ser feitas, mas de forma responsável e sempre buscando pautas propositivas para o engrandecimento da nossa cidade e do Poder Legislativo”.
Vieira Neto acrescenta que dará continuidade aos projetos planejados pela vereadora Yanny, em especial aqueles que aproximam a população da Câmara, com cursos, capacitações e outras iniciativas, a exemplo da Procuradoria da Mulher, que visa acolher e encaminhar denúncias de violação aos direitos garantidos às mulheres. “[São] Vários projetos em desenvolvimento, que iremos ampliar, trazendo a população para dentro da Câmara de Vereadores, para obter melhorias tanto para a cidade quanto para a população”, conta.
Ameaça judicial
Um grupo de sete vereadores, encabeçados pelo ex-presidente Darlan Lobo e pelo líder do prefeito, Rafael Cearense, pretende ir à Justiça contra a sessão que elegeu Vieira Neto. Os demais são: Rosane Macedo, Beto Primo, Fábio do Gás, Janu e Lunga. Eles questionam a forma como a eleição foi conduzida e pedem que a votação seja anulada. Vieira Neto se diz tranquilo quanto a isto, por entender que “os atos administrativos da Câmara cabem à Câmara”.
Ele se refere a decisão dos 12 vereadores que votaram favoráveis a ele para o cargo de presidente e outra tomada na sessão seguinte, na qual os sete parlamentares entraram com recurso pedindo a anulação da sessão. “Não vejo qualquer sustentação nessa questão de uma ação judicial, porque a maioria absoluta dos vereadores já se manifestou. Se o Poder Judiciário intervir para que se marque uma nova eleição, ao meu ver, é tumultuar o processo Legislativo. Portanto, estou tranquilo com relação a isso. Para mim eu gostaria que essa página já estivesse virada”, conclui Vieira Neto.
