Manuel de Jesus Neto, artista barbalhense conhecido como Ciel, apresenta parte do seu trabalho na exposição “Céu, quando o material acusa sobre o processo”. Na exposição, instalada no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) Cariri, as obras são produzidas com tecelagem e expostas em paredes brancas que sugerem a percepção imagética de nuvens. Entre as peças, há algumas interativas que convidam os visitantes a conhecerem e se aprofundarem nas texturas e cores do artista.

De volta ao Cariri, o artesão barbalhense dá continuidade ao que iniciou ainda na infância. Ao crescer em Barbalha, Ciel já se encantava em explorar as matas próximas de casa e construía brinquedos no curso de um córrego. Na adolescência, já após a família mudar para São Paulo, ele visitava depósitos de resíduos em busca de descartes para montar peças brincantes. Depois de trabalhar em uma tecelagem, enveredou como artesão independente e foi aprendiz de Ernesto Aroztegui, mestre da tapeçaria uruguaia.

 “Céu, quando o material acusa sobre o processo” carrega no título referência ao nome do artista – Ciel é céu, em francês. A exposição, uma oportunidade para conhecer mais sobre o trabalho do artesão, tem curadoria e produção de Rawan Carvalho. De acordo com Rawan, ele elaborou o projeto junto a Cleiton Araújo, produtor cultural no CCBNB.

“Nos baseamos conceitualmente em iniciativas  semelhantes no âmbito regional, como os ‘Museus Orgânicos’ do Sesc, que  reconhece e contribui para que mestras e mestres organizem seus espaços de memórias; museus”, cita o curador, ao deixar o convite para que conheçam a exposição, que fica em cartaz até o dia 26 de abril de 2024, no 5° andar do CCBNB Cariri, das 13h às 19h.