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Violência contra a mulher cresce 37,24% no 1º semestre
Casa da Mulher Cearense é uma das políticas públicas implantadas em defesa das mulheres
Foto: Arquivo/ Agência Brasil
Joaquim Júnior
18/07/23 10:00

A violência contra pessoas do gênero feminino vítimas de violência registrada na Lei nº 11.340 (Maria da Penha) apresentou aumento de 37,24% na Área Integrada de Segurança (AIS) 19, que integra os municípios do Cariri, no primeiro semestre de 2023. É o que apontam as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Enquanto no período do ano anterior foram registrados 1.364 casos, entre janeiro e junho de 2023 foram registrados 1.872.

A psicóloga Macedônia Bezerra Felix, assessora da Casa da Mulher Cearense Cariri e ativista na Frente de Mulheres do Cariri, conta que a realidade das mulheres na região é enfrentar, diariamente, uma cultura machista, que tem como objetivo o extermínio dos corpos das mulheres. “Aqui, somos, literalmente, sobreviventes de uma lógica que não aceita a nossa existência”, conta, ao dizer que ainda há muitas mulheres em situação de violência que não chegam até a delegacia.

Por outro lado, ela cita que os registros mostram que, cada vez mais, mais mulheres fazem a denúncia e buscam justiça nas violências que enfrentam. “Os números crescentes também denunciam que a violência não tem diminuído, apontando que a discussão de gênero e violências na educação básica é uma medida urgente, visto que somente uma outra educação pode mudar um sistema que normaliza matar mulheres”, relata.

Na região, o movimento de mulheres do Cariri tem feito um acompanhamento das notícias de feminicídio através da imprensa. O grupo possui mulheres ativistas com pesquisas de mestrado e doutorado registrando esses dados. “O que identificamos é que o Cariri é uma terra na qual jorra o sangue de suas mulheres. Não temos segurança no transporte público, no trabalho, nas ruas, em casa. Breve, vamos providenciar a publicação de nossas pesquisas”, cita Macedônia.

Ela destaca a Casa da Mulher Cearense como uma das políticas públicas que mais contribuem para a sobrevivência e recomeço das mulheres no Ceará. Além disso, menciona que o funcionamento 24h das Delegacias de Defesa da Mulher são fundamentais.  Outro avanço consistente, conforme apresenta, tem sido os coletivos de mulheres que cada vez mais articulam mulheres para a luta feminista.

“A mulher em situação de violência tem que procurar uma pessoa de sua confiança para enfrentar essa situação com ela. Pode ser um coletivo como a Frente de Mulheres, uma amiga, ou um parente. O importante é ter um suporte, uma rede de apoio para fazer essa saída da violência”, enfatiza. A próxima etapa é procurar a Casa da Mulher Cearense, que funciona 24h em Juazeiro.

“Todas as mulheres do Cariri, inclusive trans e travestis, têm direito ao atendimento da Casa. Lá tem da alimentação ao abrigo. Do registro do BO a um encaminhamento de trabalho. Dessa forma, a mulher não ficará sofrendo sozinha ou permanecendo em uma situação que pode ter outra saída. Não é fácil, mas juntas conseguimos”, finaliza.

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