O setor de alimentação é um dos que mais gera movimento durante os dias de Carnaval. A decisão de cancelar o Carnaval de rua no Ceará deve afetar boa parte das atividades comerciais, mas o setor de bares e restaurantes não deve ficar no vermelho com a atual decisão. Com as atividades comerciais em pleno funcionamento, como prevê o atual decreto, a expectativa é que haja um aumento na movimentação, visto que o consumo em festas privadas não está descartado. 
Segundo Taiene Righetto, presidente da Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) do Ceará, o cancelamento do Carnaval já era algo esperado pelo setor e não deve trazer grandes transtornos para bares e restaurantes. “As festas de rua, muitas vezes, acabam até tirando cliente de dentro dos estabelecimentos, acaba não ajudando muito. Então, nesse sentido, nossa expectativa é que bares e restaurantes absorvam o movimento das pessoas que não irão a eventos e festas”. 
Um ponto importante é que muita gente não vai viajar, e ficando no Cariri, gera um consumo interessante para bares e restaurantes. Taiene enfatiza que o cancelamento do Carnaval em si não afetará o setor. “Temos a expectativa até de melhorar o movimento”, espera Righetto. 
Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostrou que entre os meses de dezembro e janeiro, 76% dos estabelecimentos do setor tiveram que afastar funcionários por conta da covid-19. Isso corresponde a uma média de 24% dos colaboradores desses comércios. 
Segundo Taiene, no Ceará, isso também ocorreu: “durante o final de dezembro e início de janeiro, houve uma queda de 40% no faturamento, por conta dessas síndromes gripais que afetaram não só colaboradores mas clientes também”. Entretanto, o mês de fevereiro tem apresentado uma redução de quase 40% nos atendimentos por síndromes gripais nas Unidades de Pronto Atendimento vinculadas a Secretaria de Saúde do Ceará. Algo que tem contribuído para a redução, segundo especialistas, é o avanço na vacinação. O Cariri ultrapassou a média estadual e conta com 90% da população com o esquema vacinal primário concluído. Isto é, Dose 1 e Dose 2. A média estadual é de 87,9%. 
Sobre as expectativas futuras, Taiene explicou que o Cariri ainda não se recuperou dessa pandemia no setor de alimentação fora do lar. Os prejuízos foram muito grandes, teve bastante falência, empréstimos e dívidas dos estabelecimentos para se manter. “A região foi mais prejudicada que a Capital nesse setor. No entanto, a economia do Cariri é muito pulsante e deve se recuperar rápido. Isso ainda não aconteceu devido à chegada dessa nova variante, que todo mundo deixou de investir e de contratar novos funcionários. Essa recuperação deve vir no segundo semestre de 2022.