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Santa Fé poderá ser o 1º sítio arqueológico aberto à visitação
Análise de sítio arqueológico, em Crato, remonta a década de 1980, quando a arqueóloga iniciou a pesquisar a região
Foto: Acervo Fundação Casa Grande
Luan Moura
17/08/21 19:40

Um estudo no sítio arqueológico Santa Fé, localizado a 13 quilômetros da sede do município de Crato, analisou a composição química de pigmentos nas gravuras e pinturas, de tons vermelhos, deixadas em paredão rochoso. A pesquisa, que é coordenada pela arqueóloga Heloísa Bitu, faz parte da parceria científica entre a Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, Geopark Araripe, Universidade Regional do Cariri (Urca), IU-á Hotel e pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e da Universidade de Coimbra. O estudo tem sido desenvolvido desde 2018 e constatou que existem tons diferentes nas pinturas, cada uma remetendo a uma derivação da cor vermelha.

De acordo com a arqueóloga e coordenadora da pesquisa, Heloísa Bitu, para realizar a examinação do material, o grupo utilizou a metodologia com base no código de sistema Munsell, microscopia óptica e spectômetro de Fluorescência de raios X portátil in situ, para identificar as tonalidades do vermelho. “A gente percebeu que existem tons diferentes de vermelho, então foram tintas produzidas diferentes, que tem a ver a quantidade dos átomos de ferro. Então, quanto maior o teor de ferro, mais intensa é a cor”, explica a pesquisadora.

A pesquisadora também fala sobre as principais contribuições do estudo para a região. “Esses resultados compõem alguns objetivos de pesquisa minha e vão compor também o quadro de caracterização do sítio, para um projeto futuro de escavação, para trazer novas escavações e também para o projeto final de estruturação e socialização do sítio, que vai ser enviado ao IPHAN e, com a chancela do IPHAN, a gente vai poder fazer um trabalho de instalação para dar condições de ser o primeiro sítio arqueológico aberto à visitação pública”, destaca.

O sítio arqueológico Santa Fé é de arte rupestre, considerado por estudiosos como um dos mais importantes da região do Cariri. A região está a 80 metros de altitude e as primeiras análises da região foram iniciadas na década de 1980, pela arqueóloga Dra. Rosiane Limaverde. Depois, os estudos continuaram, mas voltados para uma perspectiva de conservação do espaço. Embora seja pequeno, o abrigo possui 59 gravuras pintadas, bem como dois tempos gráficos distintivos: um grupo ocupou e fez os primeiros registros, e depois um grupo posterior fez novos registros. Umas das características do sítio são duas técnicas, gravura e pintura. 

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