Apesar da redução de 54% nos casos prováveis de dengue no Ceará em 2025, a principal preocupação das autoridades de saúde para 2026 é o sorotipo 3 (DENV-3), que retornou em municípios do interior este ano. No foco do problema está o Cariri, em especial a cidade de Barbalha, onde, em junho de 2025, a vigilância laboratorial do Estado detectou novamente o DENV-3. Segundo a Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), a reintrodução desse tipo interrompeu nove anos sem registros no Estado.

Mais de quatro mil casos de dengue foram confirmados no Ceará até esta quarta-feira (12), com 2.438 sendo apenas no Cariri. No Crajubar, Barbalha lidera o número de casos (420), seguida por Crato (132) e Juazeiro do Norte (32). “Estamos pensando em fazer alertas especiais, inclusive no Cariri, porque já começou a chover esporadicamente. A atenção agora é redobrada”, reforça o secretário-executivo de Vigilância em Saúde do Estado, Antonio Silva Lima Neto.

Na última semana o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional “Não dê chance para a dengue, zika e chikungunya”, voltada à prevenção das arboviroses e à mobilização da população, e anunciou R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de novas tecnologias de controle vetorial em todo o país. “Mesmo com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.