Jornal do Cariri
Racha no PDT causa baixa de seis prefeitos no Cariri
Ápice da crise teve desdobramentos diretos na composição do partido no Cariri
Imagem: Divulgação
Jornal do Cariri
21/11/23 0:00

O rompimento definitivo do senador Cid Gomes com a cúpula do PDT no Ceará, anunciado durante reunião em Fortaleza, na última semana, teve reflexos diretos na configuração do partido no Cariri. Dos sete prefeitos ainda filiados, seis devem deixar a sigla, sendo que quatro devem seguir Cid Gomes para uma nova sigla. Entre os deputados estaduais, o caririense Guilherme Landim, líder do partido na Assembleia Legislativa, também deixa a sigla na próxima janela partidária.

Deixam o PDT, os prefeitos Gislaine Landim (Brejo Santo), Dr. Lorim (Missão Velha), Edmilson Leite (Caririaçu) e Cícero de Deus (Araripe). Libório Leite, prefeito de Assaré, disse estar disposto a deixar o PDT, mas, antes, quer discutir as alternativas para a nova filiação. Libório garante a permanência na base aliada do governo Elmano de Freitas (PT), mas quer conversar com o próprio senador Cid Gomes e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT).

Entre os sete prefeitos do PDT caririense, apenas Deda Pereira (Farias Brito), não se manifestou. Segundo a assessoria de comunicação, Deda deve seguir a base aliada, mas não precisou se seguirá Cid Gomes. O prefeito de Antonina do Norte, Antônio Filho, confirmou, na reunião do dia 14, sua permanência no partido.

No computo geral, o partido perde seis dos sete prefeitos de forma imediata. Mas, as baixas no PDT vêm desde a conclusão da eleição de 2020. No período de dois anos e seis meses, o partido perdeu o prefeito Guilherme Saraiva (Barbalha), que continua sem partido; além de João Luís (Campos Sales), Cícero Figueiredo (Milagres) e Taiano Martins (Tarrafas), hoje filiados ao PT.

No Ceará, as baixas podem chegar a 71 nomes. Além dos 43 prefeitos que prometem deixar a legenda, existem 10 deputados estaduais, quatro federais e dois vereadores de Fortaleza, que já solicitaram cartas de anuência para desfiliação. No Estado, 10 prefeitos já haviam saído em busca de novas siglas. A maioria ingressou em grupos da base do governo, como o PT.

O deputado Guilherme Landim disse que, enquanto líder, fez tudo que podia para manter o PDT unido. O deputado cobrou coerência do diretório, ao avaliar: “quando a decisão foi para Roberto Cláudio, valia; agora, com Cid, não vale”. Guilherme disse, ainda, que a prioridade é para a saída dos prefeitos, que temem por intervenções nos diretórios, para inviabilizar eleitoralmente os apoiadores de Cid.

Deputados estaduais e federais esperam a janela partidária e não descartam submeter cartas de anuência à Justiça. Uma comissão formada por prefeitos e deputados foi montada para avaliar as possibilidades e decidir sobre a nova sigla para filiação. Sem data definida, a primeira reunião do grupo deve acontecer ainda esta semana.

Cid trava batalha para se filiar ao PT

Após Camilo anunciar que Lula havia autorizado o convite a Cid, para ingressar no PT, o Ferreira Gomes caracterizou o convite como “uma gentileza, uma deferência. E, já de partida, fico grato. Vamos tratar sobre o futuro”. E continuou: “a decisão não será tomada por mim, será tomada por um coletivo, pensada e analisada. A gente não pode dar passo sem ter segurança”, disse Cid Gomes.

No Ceará, a articulação gerou mal-estar entre lideranças do partido. Logo após o anúncio do convite feito por Camilo, o deputado federal José Guimarães (PT) observou que o PT é um partido nacional, com ritos próprios, e deixou claro que o diretório estadual não recebeu qualquer pedido de filiação de Cid. Guimarães é líder do PT na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Outra barreira a entrada de Cid no PT, deve ser feita pela deputada federal Luizianne Lins, que declarou ser pré-candidata e prefeita de Fortaleza. Luizianne enfrenta a pré-candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão, apoiado por Cid, e que também articula filiação ao PT.

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