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Museu realiza campanha para recuperação de fósseis
Com campanha, mais de 1.100 fósseis foram doados ao espaço
Foto: Erika Lima
Joaquim Júnior
19/10/21 11:00

Após mais de um ano fechado, por conta da pandemia de covid-19, o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (Urca), reabriu as portas em 26 de julho, data em que comemorou 33 anos de fundação. Atualmente, é observada a recuperação gradativa das visitações, que estão sendo realizadas através de agendamento. Por mês, cerca de 1.800 visitantes passam pelo local. Desde a mais recente reabertura, o Museu também foi reconhecido como Patrimônio Cultural de Santana do Cariri, o que facilita a captação de recursos e o desenvolvimento de projetos para recuperação de fósseis contrabandeados

Idealizado pelo então prefeito municipal Plácido Cidade Nuvens, no ano de 1985, três anos antes de ser inaugurado, o Museu de Paleontologia foi doado à Urca, que o assumiu efetivamente em 1991. De acordo com Allysson Pinheiro, diretor do Museu, o acervo possui cerca de dez mil peças divididas entre vegetais, vertebrados e invertebrados. “Esses fósseis atraem pesquisadores do Brasil e do mundo a Santana do Cariri, elevando a importância do museu para a ciência”, enfatiza.

No período de pandemia, as redes sociais foram consideradas a “válvula de escape” para a continuidade das ações do equipamento, que se utilizou de postagens interativas e chegou a abrir as portas no mês de novembro de 2020. Com a segunda onda da covid-19, as atividades foram novamente paralisadas, até que retornaram em julho de 2021. O reconhecimento do equipamento como Patrimônio Cultural veio em seguida, a partir do Projeto de Lei de autoria do vereador Arclébio Dias, aprovação pela Câmara Municipal e sanção do prefeito Samuel Cidade. Como aponta o diretor do Museu, o fato pode atrair mais recursos para a instituição e proporcionar maior reconhecimento para ela.

Lugar de fóssil é no museu

O tráfico é uma realidade que o Museu de Paleontologia e os equipamentos de proteção que atuam na Bacia do Araripe enfrentam há décadas. Para coibir a prática criminosa, Allysson afrma que, além de parcerias com órgãos públicos de fiscalização, foram criados projetos de conscientização com a população. A campanha “Lugar de fóssil é no museu” é uma delas. Desde que implantada, mais de 1.100 fósseis foram doados ao espaço.

“Dada a riqueza fossilífera da Bacia do Araripe e elo cultural existente entre os fósseis e o povo do Cariri, era prática comum manter fósseis em casa, como objetos de decoração ou até mesmo como peso de papel ou escora de porta. Desta forma, esta campanha busca educar sobre o que são e como devem ser mantidos os fósseis, e possibilitar que pessoas que ainda possuam esse tipo de material, possam doar ao Museu para que seja adequadamente cuidado”, explica, ao dizer que a campanha tem obtido alcance expressivo, fósseis recebidos de diversas partes do Brasil.

O diretor ainda deixa o convite para que conheçam e visitem o Museu de Santana e a região do Cariri, rica em atrativos: “Visitem o Museu de Paleontologia, façam essa viagem para o Cretáceo, conheçam fósseis de milhões de anos e, claro, divulguem cada vez mais nossa terra”.

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