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Mais de 70% dos municípios não registraram óbitos em outubro
Nos últimos meses, houve redução de 37% nos casos de óbitos
Foto: Agência Brasil
Robson Roque
09/11/21 8:30

O cenário da pandemia no Cariri apresenta redução acentuada de casos e óbitos. Em outubro, foram registradas mortes em apenas oito dos 29 municípios caririenses. Desse modo, 72% das cidades da região não contabilizaram mortes em decorrência do novo coronavírus. Dentre elas, Crato, que com Juazeiro do Norte e Barbalha foram o epicentro da pandemia na região. Ao todo, 15 pessoas morreram em outubro, enquanto outras 24 perderam a vida em setembro, dado que reflete uma redução de 37% entre os dois últimos meses. O número de caririenses infectados pelo novo coronavírus também apresenta queda significativa no mesmo período: foram 504 casos no nono mês e 384 no décimo, o que perfaz uma redução de 23%.

Desde o início da pandemia, a região do Cariri soma mais de 109 mil pessoas infectadas pelo coronavírus e 2.167 óbitos. Juazeiro do Norte lidera a lista, com o maior número de casos - mais de 31 mil - e mortes que totalizam 650 pessoas. Na sequência estão Crato, com 17.761 casos e 230 óbitos, Brejo Santo, com 8,4 mil casos e 155 óbitos, e Barbalha, que soma 7,1 mil confirmações, das quais 155 evoluíram para óbitos. Com menos mortes, estão Granjeiro (4), Potengi (6), Jati e Penaforte, com 14 mortes cada cidade.

Os óbitos por covid-19, em outubro, ocorreram nas cidades de Várzea Alegre, que registrou três mortes; Barbalha, Barro, Campos Sales, Juazeiro do Norte e Mauriti, dois óbitos em cada cidade; Araripe e Farias Brito, que comunicaram um falecimento cada município. Pesquisador em Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Raphael Guimarães ressalta a desaceleração do número de mortes por covid-19 nos últimos meses, em todo o Brasil. “Vimos, em outubro de 2020, algo em torno de 1,2 mil, 1,3 mil mortes [diárias] e ficávamos muito impactados com isso. E deve ficar mesmo, pois é um número assustador. Mas  houve dias em março e abril [de 2021] que tivemos cerca de 4 mil óbitos diários. Foi a pior fase da pandemia. Hoje, estamos nessa relativa estabilidade em torno de 500 casos”, analisa.

Para o pesquisador, o panorama da pandemia no Brasil é “um pouco melhor, mas ainda inspira muitos cuidados”. Ele detalha que o Brasil demorou cerca de três meses para passar de 300 mil para 400 mil mortes. Já a passagem deste último patamar para a marca negativa de meio milhão de vidas perdidas levou apenas um mês e 20 dias. “Uma marca muito cruel, muito ruim. Hoje, podemos dizer que estamos numa situação um pouco melhor, porque agora vamos atingir 600 mil óbitos e lá se vão aí pelo menos três meses e meio, quase quatro. Então, de alguma forma, isso já está desacelerando”, pondera.

Alerta

Apesar da redução dos casos registrada nos dois últimos meses, dados da Secretaria de Saúde do Ceará e um comunicado feito pelo titular da pasta, Marcos Gadelha, alertam para o perigo de uma terceira onda de covid-19 no Ceará. "Existe, ainda, o risco da ocorrência da terceira onda, mas o Estado do Ceará tem trabalhado fortemente para que isso não ocorra", afirma o gestor, que também chamou a atenção para a importância da vacinação. "A probabilidade da ocorrência da terceira onda vai diminuir bastante se a gente tiver o maior número de pessoas vacinadas, um maior número de pessoas vacinadas com esquema vacinal completo e se a gente fizer isso de uma forma mais rápida possível", enfatiza Gadelha.

A preocupação apontada pelo secretário de Saúde é perceptível nas estatísticas fornecidas pela plataforma IntegraSUS. Enquanto indicadores como “incidência de casos por dia”, “percentual de leitos UTI ocupados” e “taxa de positividade” estão baixos no Cariri, a região apresenta risco altíssimo no critério “taxa de letalidade”, com tendência de crescimento, e risco moderado no quesito “internações por causas respiratórias", com tendência de desaceleração.

Ao serem analisados todos os indicadores, a Sesa aponta para situações delicadas (risco altíssimo) em sete cidades caririenses: Altaneira, Barbalha, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Salitre, Santana do Cariri e Tarrafas. Diante destas informações, o secretário Marcos Gadelha pediu o apoio de prefeitos e secretários de saúde para a adoção de medidas de prevenção e, de modo especial, para sensibilização quanto à importância da vacinação.

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