Jornal do Cariri
Instituto O Canto do Patativa pode fechar por falta de recursos
Capoeira é uma das atividades oferecidas pelo Instituto
Foto: Arquivo pessoal
Luan Moura
30/11/21 18:33

Criada em 2004, o Canto do Patativa, instituição sem fins lucrativos com sede no município de Assaré, corre o risco de encerrar as atividades e serviços ofertados à população, por falta de recursos financeiros. O equipamento surgiu para desenvolver projetos de cunho social, cultural e humano, através de diversas linguagens artísticas, com atividades de formação cidadã e de acesso à cultura. No entanto, a pandemia impactou diretamente o andamento da iniciativa.

Até 2020, ainda na pandemia, o projeto conseguiu funcionar com oficinas de ballet, flauta, violão, capoeira e ginástica, além da escolinha de reforço, de futsal, banda marcial, orquestra sinfônica do Patativa e ações de cidadania para pessoas com deficiência e para idosos. A partir de janeiro de 2021, os monitores estão trabalhando de forma voluntária e remota, porque os recursos são insuficientes para quitar todas as despesas do projeto, cenário que obrigou muitos monitores a trabalharem em outros locais para manterem o sustento de suas famílias. Além disso, o projeto não está mais ofertando todas as oficinas.

O pouco dinheiro recebido tem sido arrecadado por meio da campanha de financiamento coletivo “Não Deixe o Canto Se Calar”, que conta com a contribuição de pais dos alunos, empresas e sociedade geral. Mesmo com a campanha e a participação em editais e chamamentos públicos, o projeto precisou deixar o antigo prédio e agora encontra-se funcionando em uma estrutura cedida temporariamente. Atualmente, O Canto do Patativa tem 711 pessoas, com idades de 4 a 100 anos, de todo o município de Assaré.

A assareense Kelly Rodrigues ingressou no instituto há 15 anos, como aluna e desde então se apaixonou pela iniciativa. Atualmente, Kelly é presidente do equipamento cultural. “Nosso projeto transforma realidades de vida desde a sua criação. Todos os nossos monitores são ex-alunos”, diz. Kelly é uma das mais de 6.500 pessoas que já passaram pelas ações do projeto, durante os 16 anos de existência. Para o senhor Antonio Duarte, de 78 anos, o instituto é um lugar de aprendizado. Ele participa do projeto Pra ser Feliz Não Tem Idade desde 2006. “Minha felicidade é saber que meus netinhos, bisnetos estão tendo uma vida diferente da minha, que era só trabalho na roça, sem alegria sem esses aprendizados”, destaca o idoso, que durante a pandemia recebeu atendimento em casa.

Palco de transformações, O Canto do Patativa já recebeu prêmios como o Ceará Vida Melhor, Brasil Carinhoso e o Criança Esperança, em 2008, parceria que possibilitou o projeto.

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