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Fóssil de formiga é considerado mais antigo do mundo
Descoberta contribui para a visibilidade da Bacia do Araripe
Foto: retirada do artigo / creditada a Anderson Lepeco
Joaquim Júnior
06/05/25 12:30

Um fóssil da Formação Crato, da Chapada do Araripe, pode ser o fóssil mais antigo de uma forma já registrado pela ciência. Nomeada de Vulcanidris cratensis, a nova espécie tem 113 milhões de anos. Atualmente, a peça integra coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) após ter sido doada junto a uma coleção privada com outros fósseis. Entre os autores do estudo, publicado na revista Current Biology, está o entomologista Anderson Lepeco, vinculado ao museu.

Como cita o Dr. Daniel Lima, pesquisador e curador dos Paleoinvertebrados do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens da Universidade Regional do Cariri, a Vulcanidris cratensis representa um novo gênero de Haidomyrmecinae, um grupo extinto de formigas conhecido como “formigas do inferno”. “Conhecidas por sua morfologia extremamente especializada e predatória, suas mandíbulas lembram uma foice e se articulam verticalmente, ao contrário das mandíbulas das formigas modernas, por isso o nome ‘formigas do inferno’”, explicou, ao dizer que este é o registro mais antigo e inequívoco de uma formiga já encontrado no mundo.

Segundo o pesquisador, esta é a primeira ocorrência confirmada dessas formigas no hemisfério sul. A descoberta antecipa em mais de 13 milhões de anos o registro mais antigo confiável de formigas, estabelecendo uma nova base temporal para a árvore evolutiva do grupo. Além disso, este é também o primeiro registro desse grupo de formigas encontrado em rochas calcárias, no caso a Pedra Cariri, enquanto todos os outros registros foram encontrados em âmbar.

“Para a ciência, esse achado mostra que as formigas já estavam amplamente distribuídas geograficamente e diversificadas em ecossistemas distintos muito antes do que se pensava, incluindo regiões do antigo supercontinente Gondwana”, afirmou Daniel Lima. Tal descoberta, como destaca Daniel, contribui para a visibilidade da Bacia do Araripe, e reforça a região como um tesouro paleontológico mundial, elevando ainda mais sua importância científica internacional. Ele aponta que essa descoberta, inclusive, tem grande importância do ponto de vista da valorização científica, educacional e turística da região, contribuindo diretamente para atrair novos investimentos em pesquisa, estimular a proteção do patrimônio fossilífero e aumentar o interesse público e escolar pelo Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e do Geopark Araripe.

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