O fóssil de dinossauro Ubirajara Jubatus retornará para o Cariri em breve. A espécime encontrada na Bacia Sedimentar do Araripe foi retirada do Brasil e levada para a Alemanha em 1995, onde permanece até os dias atuais no Museu Alemão de História Natural de Karlsruhe. A repatriação do fóssil foi discutida pelo governo brasileiro na última terça-feira (16).

Representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) se reuniram com a Embaixada da Alemanha no Brasil e com representantes da Universidade Federal do Cariri para discutir a indicação do Museu de Paleontologia Plácido Cidade das Nuvens, em Santana do Cariri, para abrigar o fóssil, uma vez que pertence ao Geopark Araripe, região na qual o espécime foi retirado. O MCTI não estipula prazo para a conclusão do processo de repatriação, mas afirma que o fóssil voltará em breve ao Brasil.

A pesquisadora e roteirista Pâmela Queiroz afirma que a volta do Ubirajara para o Cariri traz aspectos simbólicos e práticos, como o aquecimento do turismo na região e o investimento para pesquisas de museus e instituições. "Eu acredito que a volta do Ubirajara marca um momento de tomada de posse da nossa história, da nossa pré-história, considerando a comoção e o envolvimento de toda a população, não só do Cariri, mas também de outras regiões do Brasil", pondera.

Relembre o caso

O Ubirajara é a primeira espécie não-aviária com estruturas semelhantes a penas encontrada na América do Sul, e foi retirada ilegalmente do seu local de origem. A polêmica em torno do fóssil ganhou força quando pesquisadores ingleses e alemães publicaram um estudo sobre a descoberta em 2020, incitando a curiosidade de cientistas brasileiros sobre a possível exportação ilegal do espécime.