Fluxo migratório no Cariri é tratado em audiência pública
Venezuelanos lutam por condições básicas no Cariri
Foto: Câmara de Juazeiro do Norte
Robson Roque
21/11/23 15:00

Cerca de 300 venezuelanos vivem no Cariri, muitos deles em condições de vulnerabilidade social. A situação foi debatida em uma audiência pública promovida pelo Instituto Monsenhor Murilo na Câmara Municipal de Juazeiro. No encontro, foi exigida participação mais efetiva das prefeituras da região, já que o maior suporte aos migrantes, até então, tem sido dado pela Diocese de Crato, por meio da Pastoral e da Casa do Migrante.

Participando da audiência, duas venezuelanas destacaram a necessidade de um olhar que enxergue os migrantes não como invasores ou pedintes, mas de quem busca oportunidades para progredir. “Não temos a prática de pedintes, somos uma gente trabalhadora”, diz Rosa. “As pessoas nos tratam como se fossemos inimigos, como alguém que vai roubar emprego ou comida”, afirma Darliw. 

Para Marialva Barbosa, representante do Instituto, eles precisam de “esperança de vida, condições humanas de sobrevivência e trabalho para uma vida com dignidade”. O Padre Ricardo Barros, da Pastoral do Migrante, lembrou que a região do Cariri tem um histórico de acolher migrantes, como os romeiros. “Era isso que fazia o Padre Cícero, fundador desta cidade: acolher”, adverte. 

A assistente social Donata Andrade destacou o choque entre culturas que devem ser percebidos no acolhimento. Segundo ela, sobretudo os venezuelanos integrantes do povo indígena Warao, presentes na região, possui, além de um dialeto, costumes e valores próprios, que podem influenciar inclusive na alimentação. “Eles têm necessidades específicas. Então, não é uma cesta básica que vai garantir que a fome dele seja saciada. Não é um aluguel social que vai garantir a dignidade que esse povo precisa”, considera a assistente social Donata Andrade.

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