O ensino presencial nas universidades públicas e privadas foi autorizado desde o decreto estadual de 28 de junho de 2021. Aqui, no Cariri, as universidades públicas se mantêm no formato híbrido, concentrando 70% de suas atividades remotamente, enquanto as particulares oferecem três opções aos alunos: remoto, presencial e híbrido. Conforme o Art. 207 da Constituição Brasileira, as universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e cada uma tem autonomia para decidir sobre o retorno.
De acordo com o último decreto estadual (nº 34.254), as instituições estão autorizadas a retomar presencialmente, com 100% da capacidade dos estudantes por sala, porém devem continuar seguindo as medidas de distanciamento mínimo e ter o ensino remoto assegurado para aqueles que não podem frequentar a escola presencialmente.
Na Universidade Federal do Cariri (UFCA), por exemplo, foi aplicado um questionário, durante o mês de setembro, visando o levantamento de informações da comunidade universitária da UFCA, em relação à vacinação contra a covid-19. De acordo com a professora da Faculdade de Medicina e membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 (Cieco), “dos 1.775 estudantes que responderam, a maioria (63,6%) já iniciou seu esquema de vacinação, tendo recebido a primeira dose da vacina, enquanto que 21,6% informou ter recebido as duas doses preconizadas”.
A imunização completa dos estudantes é um dos pré-requisitos essenciais para um retorno seguro. De acordo com o professor da Faculdade de Medicina e presidente do Cieco, Iri Sandro Pampolha Lima, a expectativa da Universidade é que “o retorno presencial (para o próximo semestre), analisando a situação epidemiológica atual, deve ser de forma integral''. As atividades presenciais no atual semestre (2021.1) seguem de forma híbrida (parte remota e parte presencial), já que nos cursos de Medicina, Música e Engenharia de Materiais já ocorrem atividades presenciais”.
A Universidade Regional do Cariri (Urca) informou, em nota, que deve continuar com o ensino remoto até o final do semestre, porém as atividades técnico-administrativas retornaram de forma integral e presencial, a partir do dia seis de outubro.
O ensino remoto afetou a rotina de muitos estudantes negativamente. Nátiley Ribeiro, do sétimo semestre de Jornalismo, conversou com o Jornal do Cariri e se diz favorável ao retorno presencial. “Sou favorável, mas só se tiver algumas restrições para prevenção da covid-19, como por exemplo, ter pelo menos 80% ou mais de alunos e funcionários vacinados com as duas doses, uso de máscara, álcool em gel, etc”.
Uma pesquisa internacional desenvolvida entre a Universidade São Juda, de São Paulo, e a Universidad Del Sul, do Peru, avaliou os índices de estresse, ansiedade e depressão em estudantes dos dois países. O resultado mostrou que a cada 10 estudantes brasileiros, sete tiveram sua saúde mental agravada durante a pandemia. Além da saúde mental, muitos outros problemas desencadearam-se durante o período. “Meu grau [miopia] aumentou desde que as aulas remotas começaram. Fora estresse e ansiedade, que acabei desenvolvendo”, concluiu Nátiley.
