O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), assegurou à população de Juazeiro do Norte a continuidade dos serviços fornecidos pela Policlínica João Pereira dos Santos, em Barbalha. O equipamento, junto ao Centro de Especialidades Odontológicas e um centro de reabilitação para pessoas com deficiência intelectual e física, em Juazeiro, integram o Consórcio de Saúde.

Os serviços são mantidos pelo Estado do Ceará, que repassa 40% dos recursos para a manutenção, e por seis municípios, que rateiam os 60% restantes: Barbalha, Caririaçu, Granjeiro, Jardim, Juazeiro do Norte e Missão Velha.

A informação foi confirmada nesta segunda-feira (08), pelo deputado estadual Fernando Santana, dias após o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), ter manifestado a intenção de retirar o Município do Consórcio de Saúde. Segundo Glêdson, como acionista majoritário, Juazeiro repassa cerca de R$ 3,6 milhões anuais para a manutenção dos serviços e atendimentos.

Para ele, a saída possibilitaria uma economia de pelo menos R$ 2 milhões anualmente. “Esse dinheiro deverá ser investido na ampliação da oferta de serviços em saúde para nossa população”, pondera o prefeito.

O deputado estadual Fernando Santana (PT) revelou ter contatado o governador, após saber da intenção, e obtido a garantia dele de que “a policlínica jamais fechará as portas para atender a população de Juazeiro”. Também houve a segurança de que as cirurgias agendadas serão realizadas. O parlamentar considerou “um absurdo” o desejo de retirar Juazeiro do consórcio.

“Nos preocupamos muito porque Juazeiro já vive um caos na área da saúde”. Fernando também procurou o chefe da Casa Civil estadual, Maximiliano Quintino, que garantiu que a Secretaria Estadual da Saúde “já está providenciando todos os meios para que, de fato, não deixemos o povo de Juazeiro do Norte sem a atenção que merece na saúde pública e na policlínica”.

O vice-prefeito de Juazeiro do Norte, Giovanni Sampaio, posicionou-se contrário à intenção. “Discordo, mas não sou prefeito. Agora, é necessário que o distrato, se for feito, já tenha as clínicas todas conveniadas e licitadas, porque não pode haver paralisação no atendimento”, recomenda. Além de vice-prefeito, Giovanni Sampaio é diretor do Hospital Regional do Cariri (HRC).

Diante do risco de sobrecarregar o HRC com a demanda da Policlínica, ele apontou a necessidade de um hospital próprio para Juazeiro. “A culpa não só é dele [Glêdson Bezerra]. É de toda uma geração [de prefeitos] que não fez o hospital municipal. Vamos fazer o hospital municipal e deixar de ‘blá blá blá’, porque nós continuaremos fazendo tudo. E aí de Juazeiro se não fosse o [Hospital] Regional”, considerou Giovanni.

Ao Jornal do Cariri, a secretária municipal de Saúde, Andreia Landim, endossa que os serviços e atendimentos terão continuidade e serão ampliados, mas agora “nos equipamentos de saúde que já existem na cidade e nos conveniados que já compõem a rede [municipal]”.

Quanto aos atendimentos do Centro de Reabilitação para pessoas com deficiência, a secretária explica que o equipamento é um serviço prestado de modo independente ao consórcio. “O repasse que o sustenta não é um recurso do consórcio, mas um recurso federal”, pontua.