A Basílica de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, foi palco da celebração de encerramento da fase diocesana da causa de beatificação do Padre Cícero. Durante a ação solene, o bispo da Diocese do Crato, Dom Magnus Henrique, lacrou as caixas com os documentos do inquérito. São mais de 800 páginas e 62 depoimentos que buscam comprovar a fama de santidade do religioso. O material será, ainda em junho, encaminhado para análise do Vaticano.

“Encerramos a fase diocesana de um caminho trilhado há mais de nove décadas. Hoje é um dia de imenso júbilo para toda a Igreja, um dia de esperança para o povo nordestino e de consolação para todos que, geração após geração, conservaram no coração uma fé simples, forte e fecunda, nutrida pelas palavras, gestos e testemunho do Padre Cícero”, declarou Dom Magnus, durante a homilia.

Padre Cícero chegou a ser excomungado pela Igreja, que não reconhecia seus milagres como verídicos. Em 2015, durante o pontificado do Papa Francisco, a instituição realizou a reconciliação do religioso com a Igreja Católica. Sete anos depois, em 2022, iniciou-se o processo de beatificação do sacerdote. Com o fim da primeira etapa, é esperado que a Congregação para a Causa dos Santos emita um documento jurídico do processo, atestando que a fase diocesana foi cumprida conforme o protocolo exigido pelo Dicastério.

Se a validade dos documentos for assegurada, dá-se início a fase romana, que inclui a escrita de uma tese sobre o Servo de Deus. O documento servirá para análise e votação entre os teólogos do Dicastério, que pode levar padre Cícero ao título de Venerável Servo de Deus. Dom Magnus afirma que a beatificação é um desejo não só da Igreja, mas do povo caririense. “Celebramos a possibilidade de termos no altar da Igreja alguém que há muito já está no altar do coração do povo”, finalizou.