Jornal do Cariri
Crato concentra maior percentual de pessoas pretas e indígenas da RMC
Radiografia étnico-racial revela maioria de pessoas pardas
Foto: Prefeitura do Crato
Joaquim Júnior
26/12/23 17:00

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, na última semana, o “Censo Demográfico 2022 Identificação étnico-racial, por sexo e idade”. De acordo com o estudo, a Região Metropolitana do Cariri, que contempla nove municípios, possui 173.075 pessoas que se consideram brancas; 60.981 que se consideram pretas; 1.325 amarelas; 397.147 pardas e 785 indígenas. Na RMC, o maior percentual de pessoas pretas residentes em um município está em Crato, representando 12,61% da população local, assim como o maior percentual de pessoas indígenas, com 0,27% dos residentes.

De acordo com o estudo, Juazeiro do Norte é o município que possui a maior população com idade acima de 60 anos. Atualmente, mais de 35 mil pessoas estão nessa idade no município, que possui mais de 25 pessoas negras, de 89 mil pessoas brancas e de 170 mil pardas. Em todo Ceará, em relação a 2010, foi observado crescimento nas populações indígena (+172,4%), preta (+51,7%) e parda (+8,8%).

“Finalmente, um Brasil que se reconhece negro!”, celebra Macedônia Bezerra Felix, ativista na Frente de Mulheres do Cariri. Como cita, o censo vem como uma boa noticia nesse fim de ano, pois, pela primeira na historia da pesquisa, o Brasil se enxerga como é: preto, pardo, indígena, mulher. “Isso se deve a toda uma brava luta dos movimentos negros e de mulheres pelo direito ao reconhecimento da própria identidade. Orgulho da cor que se carrega na pele, poder falar sobre isso, mesmo que neste país a desigualdade e a morte ainda tenham a cor preta e a periferia como alvos”, complementa.

Com o estudo, o esperado, como destaca Macedônia, é que a pesquisa reforce outro olhar para o investimento de políticas públicas efetivas para o povo que faz o Brasil. “Destaco o acesso à saúde mental das mulheres, negros, LGBTs, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, como uma frente de ações que começa com a garantia aos direitos básicos, como trabalho e renda dignas, até o acesso concreto da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Quem sofre emocionalmente não pode encontrar apenas filas e prazos”, conclui.

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