Jornal do Cariri
Cariri terá mais cinco Unidades de Conservação até 2022
Na região, a ARIE Riacho da Matinha foi reconhecida recentemente
Foto: Sema/ Divulgação
Joaquim Júnior
06/07/21 11:00

A 11ª Unidade de Conservação do Cariri foi oficialmente reconhecida com a criação da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Riacho da Matinha, localizada no Parque Pedro Felício Cavalcanti, em Crato. Na região, já são reconhecidas duas UC’s federais, quatro estaduais e quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), a Universidade Regional do Cariri (Urca) está à frente de estudos para a criação de outras cinco Unidades de Conservação (UCs) estaduais na região, que devem ser reconhecidas até o ano que vem: Colina do Horto (Juazeiro do Norte), Sítio Caldeirão (Crato), Vale dos Buritis (Santana do Cariri), Boqueirão de Lavras (Lavras da Mangabeira) e Riacho do Meio (Barbalha).

Conforme repassado pela Sema, entre os recursos e valores fundamentais, a ARIE Riacho da Matinha expõe espécies da flora predominantes da mata seca do sedimentar, com presença de mata ciliar nas margens dos cursos d’água. As 73 espécies vegetais encontradas são pertencentes a 31 famílias botânicas e a maior parte das plantas listadas para a fitofisionomia de Mata Seca do Sedimentar é nativa do Ceará. Com isso, a diversidade biológica revelada expressa a existência de importantes serviços ecossistêmicos de suporte e regulação em meio à área urbanizada. Dentre eles, há destaque para processos ecológicos de ciclagem de nutrientes, ciclagem da água, regulação do microclima local e qualidade do ar, controle da erosão e fertilidade do solo.

Artur Bruno, secretário de Meio Ambiente no Ceará, explica que a UC é prevista na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação e que, aqui no Ceará, também foi criada a Lei do Sistema Estadual de Unidades de Conservação. Desta forma, as UC’s são um instrumento de preservação para a fauna e a flora. Com a criação da ARIE, todas as atividades realizadas no espaço do Riacho da Matinha necessitarão de autorização do órgão responsável.

Como explica o secretário, a escolha da área que compreende uma UC acontece em meio a estudos preliminares para justificar a necessidade de criação da unidade. Depois disso, é feito um decreto, pelo governador do Estado, que cria e institui a Unidade de Conservação. O próximo passo é a criação de um conselho gestor e um plano de manejo, que tem prazo de cinco anos. Nele, há diagnóstico mais profundo da área com detalhes mais técnicos. O apoio da população, que pode denunciar crimes ambientais e ajudar na gestão e fiscalização da área, é essencial em todo processo.

No Riacho da Matinha, a intenção da Sema é criar equipamentos para que a população usufrua da área verde. Trilhas para caminhadas e corridas, por exemplo, fazem parte dos planos. O Programa Viva o Parque, que já funciona na capital, também deve ser implantado a nível local, com trilhas guiadas e atividades de lazer voltadas para todas as idades. Em algumas áreas degradadas devem ocorrer ações de reflorestamento. A ideia é que todas as Unidades de Conservação contemplem ações que abranjam turismo ecológico e preservação da biodiversidade. “A ciência já provou que a presença de fauna e flora melhora a saúde física e psíquica das pessoas. A convivência com o verde, com a floresta é extremamente importante também para os humanos”, conta Artur Bruno, enfatizando a importância de investir em qualidade de vida.

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