Jornal do Cariri
Cariri tem redução de casos e óbitos em junho
Durante o mês, foram notificados pouco mais de 29 mil casos suspeitos de infecção causada pelo novo coronavírus
Foto: Tatiana Fortes - Governo do Ceará
Robson Roque
13/07/21 8:30

A pandemia de covid-19 provocou uma segunda onda mais severa e duradoura no Cariri. A região caririense foi a última, no Ceará, a ser liberada para avançar nas etapas de reabertura econômica e flexibilização de medidas restritivas. Contudo, a crise sanitária dá sinais de estabilização com redução de casos e óbitos no quadro geral da região e na maioria das cidades do Cariri. Para epidemiologista consultada pelo Jornal do Cariri, o cenário registrado em junho, na comparação com maio, demonstra os efeitos da vacina para mitigar a pandemia. Por outro lado, a profissional alerta para a necessidade de manutenção dos cuidados, como o de evitar aglomerações.

Em junho, foram notificados pouco mais de 29 mil casos suspeitos de infecção causada pelo novo coronavírus, nos 29 municípios caririenses. Destes, 12.527 foram confirmados e 275 morreram em decorrência da covid. Os indicadores eram superiores em maio, com mais de 40 mil notificações, 24.025 casos e 421 mortes. A comparação entre os dois últimos meses demonstra redução de 28% no número de notificações, 47% de pessoas que testaram positivo e 34% daquelas que perderam as vidas.

Entre os 29 municípios, apenas Altaneira registrou mais casos em junho: 129 contra 119 em maio. As outras cidades contabilizam reduções, sendo barro o município com a maior redução proporcionalmente: 774 casos em maio e 121 em abril. Quanto às mortes, Araripe, Assaré, Barro, Caririaçu, Missão Velha, Potengi, Salitre e Várzea Alegre registraram crescimento entre os dois meses, enquanto Aurora, Lavras da Mangabeira e Nova Olinda somam a mesma quantidade entre os dois meses. As demais cidades têm diminuição, com Brejo Santo e Jardim registrando as maiores reduções percentuais.

Efeito da vacina

Epidemiologista e especialista em Saúde Pública e Vigilância em Saúde, Evanúsia de Lima afirma que a redução dos indicadores se deve a uma série de fatores, dos quais se destacam: “Medidas mais restritivas implementadas pelos gestores, a intensificação das fiscalizações para cumprimento do decreto e, sem sombra de dúvidas, a vacina têm suas parcelas de contribuição, de acordo com o percentual de pessoas imunizadas”.

Evanúsia assessora a Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte em temas como a pandemia. Ela pondera não ser possível precisar (em termos de dias, meses ou anos) quando uma doença como a covid-19 será controlada, de modo que ainda existem estudos em andamento. “Ainda é muito cedo para saber quanto tempo durará a proteção imunológica determinada pelas vacinas contra covid-19. Se essas vacinas irão conferir uma imunidade duradoura ou passageira às pessoas, tudo isso ainda está sendo estudado e acompanhado. No entanto, o uso das vacinas pode contribuir para que haja uma imunidade coletiva das pessoas, reduzindo o número de susceptíveis e a circulação viral na comunidade”, explica.

Por fim, a epidemiologista detalha que cada vacina à disposição para imunização contra a covid-19 tem suas especificidades. “Nesse momento, o importante é ser imunizado e não esquecer que após ser vacinado ainda precisamos manter as medidas sanitárias. Mesmo que tenha apenas um caso de covid-19, ainda assim se faz necessário manter a proteção individual e coletiva, porque ainda é iminente o risco de transmissibilidade”, conclui Evanúsia de Lima.

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