Mais de 392 mil casos prováveis de dengue foram registrados no Brasil, neste início de ano, cenário que indica uma epidemia da doença no país. Em menos de dois meses, 54 pessoas morreram em decorrência da infecção no país, enquanto outros 273 óbitos são investigados. O Distrito Federal, a cidade do Rio de Janeiro e os estados do Acre, Minas Gerais e Goiás decretaram situação de emergência em saúde pública, devido à explosão de casos.

Em pronunciamento em rede nacional, na semana passada, a ministra da Saúde,  Nísia Trindade, apelou para que a população brasileira evite a proliferação de criadouros do mosquito transmissor da dengue. Segundo ela, 75% dos focos estão nas residências. “Precisamos redobrar os cuidados com as nossas casas e nas áreas em volta delas. Vamos tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, retirar água acumulada dos vasos e plantas”, orientou.

No Cariri, foram confirmadas 29 ocorrências de dengue e 205 estão sob investigação, o que perfaz uma média de cinco notificações por dia. São 16 os casos suspeitos e um confirmado de chikungunya. Não há registros de zika vírus na região em 2024. As 29 cidades caririenses somaram, no ano passado, 2.606 ocorrências de dengue, 10 das quais foram consideradas graves, além de 301 de chikungunya e um caso de zika.

Duas cidades da região, Brejo Santo e Porteiras, foram classificadas com incidência “muito alta”, Jati e Penaforte com “alta”, enquanto Crato e Mauriti com incidência “média”. Dos oito óbitos por dengue no Ceará, em 2023, um foi em Brejo Santo, cidade que contabilizou mais da metade (66%) das pessoas infectadas por dengue no Cariri, no ano passado, com 1.729 registros . 

Para Nara Hellen, diretora de Vigilância em Saúde em Juazeiro do Norte, “os agentes de endemias fazem um trabalho imprescindível, porém, a população também deve fazer sua parte no combate”. Ela detalha que, nas visitas domiciliares, os profissionais buscam por criadouros, aplicam medidas para controle do vetor e orientam os moradores. 

Em dezembro, o Município instalou 200 armadilhas “com o objetivo de mapear os focos de reprodução do mosquito Aedes Aegypti, para assim agirmos com prioridade e evitarmos a disseminação”. Onze bairros estão com índices elevados de proliferação: Campo Alegre, ⁠Pedrinhas, ⁠Aeroporto, ⁠Triângulo, ⁠Tiradentes, ⁠Leandro Bezerra, ⁠João Cabral, ⁠Franciscanos, ⁠Pirajá,  ⁠Santo Antônio e ⁠Salesianos.