Jornal do Cariri
Cariri deve permanecer com altas temperaturas
Incidência da radiação solar que incide é mais direta neste período
Foto: Joaquim Júnior
Joaquim Júnior
26/09/23 8:30

Nos últimos dias, a notícia sobre a chegada de uma “onda de calor” tem preocupado os caririenses. Como de costume, os meses que terminam em “bro”, entre setembro e dezembro, registram altas temperaturas, com máximas que chegam aos 40° C próximos ao horário das 14 horas. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), no período há menos nuvens e, assim, a incidência da radiação solar que incide é mais direta, com máxima em outubro.

No Cariri, municípios como Barro e Missão Velha registraram, recentemente, temperaturas de 40,5 ° C e 37,7 ° C. A tendência é que as temperaturas permaneçam elevadas, no entanto, a área mais afetada no Ceará deverá ser a região do sertão de Crateús. Com a baixa umidade do ar, a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é ter cuidados, principalmente no tocante à hidratação.

Como conta Meiry Sakamoto, gerente de meteorologia da Funceme, “essa ‘onda de calor’ está relacionada à formação de uma extensa área de alta pressão cobrindo o Brasil, desde as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste”. É ela a responsável pelo aumento das temperaturas do ar em boa parte do país. A tendência é que essa área de alta pressão permaneça pelos próximos dias, elevando a temperatura do ar a valores extremos.

Outra condição que ela aponta é o aquecimento das águas do oceano Pacífico, que prevalece há alguns meses e caracteriza o fenômeno El Niño, que pode estar contribuindo para a temperatura mais elevada do ar. “Essas áreas de águas mais quentes no oceano Pacífico geram grande liberação de energia para atmosfera de todo o planeta, colaborando também, para os extremos de temperatura do ar”, comenta a meteorologista.

De acordo com Meiry, o impacto do fenômeno no Ceará está mais relacionado à diminuição dos acumulados de precipitação durante a estação chuvosa, devido à subsidência do ar sobre o Nordeste, prejudicando o desenvolvimento das nuvens de chuva e até mesmo a formação de nebulosidade. De acordo com as pesquisas, as regiões semiáridas estão entre as mais vulneráveis às mudanças climáticas, portanto se observa que eventos extremos, seja de chuva ou de secas, podem se tornar mais frequentes e intensos.

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