Jornal do Cariri
Ameaças colocam educação do Cariri em alerta
Crato, Juazeiro e Barbalha discutem segurança nas escolas
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Jornal do Cariri
11/04/23 0:00

Ameaças de violência dentro das escolas motivam debates no Crajubar. Na Câmara do Crato será apresentado um projeto para instalação de portas com detectores de metais nas unidades. Em Juazeiro, houve aumento da segurança e do monitoramento nas redes sociais. Já Barbalha articula programa socioemocional para os alunos. O ministro da Educação, Camilo Santana, vai liderar um grupo de estudos que criará estratégias de combater a violência no setor.

Ataques a uma escola de São Paulo e a uma creche em Santa Catarina, que deixaram uma professora e quatro crianças mortas, está mobilizando Câmaras e Prefeituras de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, para se anteciparem a problemas nas suas redes de ensino. Debates sobre o tema estão motivando a criação de Projetos de Indicação, reforços em ronda escolares, além de monitoramento de redes sociais e acompanhamento psicológico nas unidades educacionais.

No Crato, o nível de alerta aumentou no dia 29 de março, quando policiais militares encontraram uma faca na lixeira da Escola Raimundo Coelho Bezerra de Farias, o Liceu do Crato, em uma inspeção. A descoberta foi antecedida de momentos de pânico entre alunos e pais, ao circular a informação de que a escola estava sendo atacada.

Em nota, a Secretaria de Educação do Ceará informou que acompanha a situação com apoio da Polícia Militar. A escola pertence a rede estadual. Apesar da repercussão, a Prefeitura do Crato não oficializou possíveis medidas para coibir ou prevenir situações que coloquem em risco os alunos da rede municipal.

Na sessão do dia 04, a Câmara debateu o fato e dois projetos devem ser apresentados na Casa. O primeiro é do vereador Adil Sampaio (PDT), que prevê a instalação de “portas giratórias”, com detectores de metais nas escolas do Município, e deve entrar em breve na pauta.

Na mesma sessão, o vereador Thiago Esmeraldo (PP) pediu a contratação de psicólogos para as escolas. A ideia é identificar o desvio de comportamento dos alunos para prevenir tragédias. Thiago aponta como prioridade as escolas em tempo integral, onde os alunos passam a maior parte do dia. Os dois projetos buscam se antecipar a uma possível tragédia.

A Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte realizou reunião conjunta com a Secretaria de Segurança e a Guarda Metropolitana. Entre as medidas já em andamento, o reforço na segurança das escolas, através do grupamento de Rondas Operacionais de Prevenção Escolar (ROPE).

Outra medida da Secretaria é a implementação de um grupo de monitoramento das redes sociais, para identificar ameaças e discurso de ódio. O programa está sendo feito em parceria com a Polícia Civil. No domingo (09), nas redes sociais, foi postada uma ameaça a estudantes de uma escola de Juazeiro. O autor já foi identificado pela polícia e disse tratar-se de uma brincadeira.

Em Barbalha, o prefeito Guilherme Saraiva disse que está em andamento um estudo para implantação de um programa preventivo, com foco no psicológico dos alunos. A Prefeitura quer criar o Centro das Competências Socioemocionais. Outra ação, já colocada em prática, é a criação de protocolos de segurança nas escolas. Para o prefeito, como proceder diante de uma situação de emergência é de primordial importância.

O presidente da Câmara de Barbalha, vereador Odair Matos (PT), disse que uma reunião está agendada com a assessoria jurídica da Casa, para viabilizar propostas dentro de uma avaliação jurídica e passível de execução.

Camilo promete combate

Foto: Luís Fortes/ MEC

O ministro da Educação, Camilo Santana, vai liderar um grupo de trabalho, criado por meio de decreto interministerial, que estudará estratégias para prevenir episódios de violência nas escolas. A ideia é reforçar a segurança e a ronda de policiais em escolas de todos os país.

Durante o anúncio, Camilo destacou que a prevenção de crimes nas escolas deve ser feita por uma rede de atores do setor educacional, desde o Governo Federal, passando pelos Estados e Municípios, e a rede privada de ensino. “Que possamos ouvir os secretários de educação, prefeitos e especialistas, para construirmos políticas de prevenção à violência nas escolas. Políticas que possam garantir não só a prevenção, mas ações imediatas e concretas”, defendeu Camilo.

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