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Achados apontam para a ocupação dos povos tupis no Cariri
Foto: Divulgação
02/12/21 18:03

Vasilhas produzidas com cerâmica e barro ricamente pintadas, fragmentos de material feito da pedra lascada e pedra polida, são partes do acervo arqueológico encontrado por arqueólogos na comunidade São Bento, em Crato. Os vestígios encontrados compõem o resultado de uma pesquisa que aponta para a tese da ocupação dos povos tupis na região há 2, 4 mil anos. No sítio arqueológico também foram achados objetos relacionados à tecelagem, além restos de fogueira, que foram enviados ao laboratório na Flórida, nos Estados Unidos, para análise e datação do Sítio Arqueológico.

“Pelas características do material, produzidos pelos grupos indígenas do tronco linguístico e cultural tupi, eles tinham uma língua, já dominavam a agricultura e já tinham uma dieta alimentar completa e são muito conhecidos pela cerâmica pintada muito bem decoradas, com uma diversidade de cores e formas”, explica o coordenador da pesquisa, Agnelo Queirós.

A pesquisa teve início no ano de 2013, no âmbito do licenciamento ambiental e cultural arqueológico das obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), empreendimento do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria dos Recursos Hídricos, que também foi a financiadora dos estudos, tendo a Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri como intuição de endosso e salvaguarda do acervo arqueológico, com realização da equipe da empresa A&R Arqueologia e Consultoria. Até 2017, o Estudo foi coordenado pela arqueóloga Dra. Rosiane Limarverde, ano em que faleceu, e em seguida pelo arqueólogo Agnelo Queirós, que concluiu a pesquisa e recentemente apresentou o relatório com os resultados finais e gerais ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Para a realização do trabalho de escavação, a equipe reuniu profissionais de várias áreas do conhecimento.

Na observação de Agnelo, os achados têm uma grande importância no campo científico, cultural e educacional. “Esses resultados científicos fazem com que sejam mais um dado na pesquisa sobre os grupos Tupis em relação a como eles ocuparam o território brasileiro, porque a partir daí a gente define um momento em que eles estiveram no Cariri. O que se sabe é que eles ocupavam primeiro as áreas litorâneas, vieram migrando e chegando ao Nordeste pelo litoral, mas a gente não sabia ainda em que momento eles tinham chegado no sertão, e agora a gente tem mais um dado que estão indo nessa direção, a gente constata que eles tiveram há 2, 4 mil anos”, destaca. 

Com os resultados da pesquisa, que coloca o Cariri como palco dessa ocupação, também fortalece as identidades culturais de povos indígenas da região que estão em busca de autoconhecimento. “Esses grupos, como o Cariri de Poço Dantas, vêm se organizando para lutar pelos seus direitos ancestrais, históricos e territoriais. Então esse é um dado dessa pesquisa, que ele é um dados importante porque serve como um dado”. Embora já tenha sido apresentado os resultados, o trabalho da ciência é movido a questionamentos, de acordo com o arqueólogo. Dessa forma, ela servirá como base para futuros projetos de pesquisa, “gerando necessidade e pesquisas para outras”, conclui.

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