Jornal do Cariri
Ação inédita
Da Redação
10/11/20 0:00

O candidato a prefeito de Lavras da Mangabeira pelo PSD, Ronaldo Pedrosa, o Ronaldo da Madeireira, nem foi eleito e já pode ficar inelegível e ter sua candidatura cassada. Ronaldo e o seu vice, Gustavo Augusto, o Dr. Tavinho, estão sendo acusados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) de abuso de poder político e econômico na campanha. Os dois são acusados, ainda, de desrespeitar o decreto estadual, que proíbe aglomerações em eventos públicos. Segundo o promotor responsável pela Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), João Eder Lins, a dupla vem cometendo os ilícitos desde a convenção partidária. Caminhadas, carreatas e adesivaços colocaram em risco a população. A ação pede a suspensão dos direitos políticos, além de cassação dos registros das candidaturas, ou do diploma, em caso de vitória e julgamento após o pleito. Foram dados cinco dias para a defesa. A ação é inédita e pode gerar precedente.

Acordo interrompido

A AIJE do MPE contra Ronaldo da Madeireira e seu vice, o ex-prefeito Dr. Tavinho, pode colocar fim em uma carreira política que nem começou. E mais, a um acordo para dividir o mandato de prefeito, em caso de vitória. Segundo fontes ligadas a Ronaldo, Dr. Tavinho teria aceitado o convite para ser vice com a condição de governar a metade do mandato. O acordo consistiria em Ronaldo sair candidato a deputado estadual em 2022, renunciando ao mandato de prefeito. Dr. Tavinho estaria decidido a concorrer este ano, dividindo a oposição, o que facilitaria a reeleição do prefeito Ildesser Oliveira, do MDB. A união dos candidatos da oposição só foi possível com a divisão do mandato para os dois. A oposição nega, mas o estrago já foi feito. O grupo está dividido e há quem defenda que Ronaldo não cumpre. Claro, tudo em caso de vitória.

Ambos culpados

Apesar de pregarem equilíbrio administrativo em suas campanhas, o ex-prefeito João Marcos e o atual prefeito Edmilson Leite são os responsáveis diretos, caso os servidores aposentados fiquem sem os rendimentos. Isso é o que atesta uma ação do Ministério Público do Estado, que acusa os dois de “desrespeito ao equilíbrio atuarial […] e regras específicas do Ministério da Previdência Social”. Juntos, os dois gestores fizeram 17 parcelamentos de dívidas patronais. Ou seja, a Prefeitura descontava dos servidores, mas não fazia o depósito, tendo que parcelar o débito. Dos 17, João Marcos fez dois e outros 15 foram feitos por Edmilson Leite. Os parcelamentos somam R$ 17,9 milhões, hoje, prejuízo aos servidores. O pior, na análise do promotor Rafael Couto, o déficit estava sendo maquiado. O MP pediu o bloqueio do FPM do Município, mas observa que a conta será paga pela sociedade.

Grupo dividido

A disputa em Milagres pode ser decidida por um detalhe vindo da campanha do atual vice-prefeito, Abraão Sampaio, do PSD. Apadrinhado pelo ex-prefeito Hellosman Sampaio, também do PSD, Abraão está arriscando uma possível eleição pelo simples orgulho. Perguntado sobre quem vai mandar na Prefeitura, caso seja eleito, Abraão tem repetido com veemência que ele será o prefeito e mais ninguém. A pergunta se refere ao fato de Hellosman exercer forte liderança e ter histórico de interferência em mandatos anteriores conquistados com o seu apoio. As afirmações estariam causando uma crise, mesmo antes da vitória. Chateado com a falta de consideração, Hellosman estaria perdendo o entusiasmo com a campanha e avalia que será traído na primeira hora, caso Abraão seja eleito. Caso aconteça, será a segunda vez.

Sem limite

O prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues, do PT, pautou seu mandato na geração de polêmicas e, durante a campanha eleitoral, não tem sido diferente. Na reta final do pleito, Dariomar mandou fazer pesquisa e registrou em seu nome e, claro, acabou recebendo decisão contrária da Justiça. No dia 5, o juiz Herick Bezerra acatou liminar pedindo a suspensão da divulgação da pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisas Census. O instituto tem sede em Teresina, Piauí, e responde por fraudes em pesquisas. O juiz observou que as entrevistas foram feitas antes do registro e que houve direcionamento dos questionários para favorecer o prefeito. Além da suspensão da divulgação, foi estipulada multa no valor de R$ 100 mil para o prefeito e R$ 50 mil para o instituto, em caso de desobediência, além de responsabilização criminal. Não houve questionamento da decisão.

Sozinha na disputa

A candidata a prefeita de Nova Olinda pelo PT, Socorro Matos, está sozinha. Sem qualquer explicação, o ex-prefeito Afonso Sampaio, do PSD, e o deputado federal Idilvan Alencar, do PDT, sumiram da campanha. Sem apoio político e sem estrutura, Socorro simplesmente derreteu. Uma pesquisa, registrada pelo grupo do atual prefeito Ítalo Brito, do PP, aponta uma diferença estratosférica na disputa. Segundo o instituto Datacidad, Ítalo tem 68,1%, enquanto Socorro estaria com 13%. Apesar da dúvida com os números, não houve contestação formal. A derrota de Socorro impõe, também, uma derrota marcante para Idilvan em sua terra natal e para Afonso, traído por Ítalo. A pesquisa ouviu 301 eleitores entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro e tem margem de erros em 6%, para mais ou para menos. Está registrada com o número CE 06274/2020.

Enquanto isso...

... Em Jati, ainda, repercute a desistência do candidato do PSB, Dr. Aristóteles. Sua renúncia, encaminhada no dia 26 de outubro, não apontou a motivação. Apesar da baixa, o PSB não desistiu da disputa e lançou a candidata Wilma de Wilvan. A disputa de Jati, agora, tem duas mulheres, que receberá a Prefeitura de outra mulher, a prefeita Neta Diniz.

... Como primeira ação de campanha, Wilma entrou com um pedido de investigação contra sua adversária, Mônica Mariano, do PSD, no dia 2 de novembro. A denúncia é de abuso de poder político, onde Mônica estaria se beneficiando dos servidores do Município. Aliados de Mônica argumentam que ela não poderia cometer o abuso pelo simples fato de ser prefeita.

... Em Farias Brito, o candidato do PDT, Deda Pereira, deve bater o recorde de multas por irregularidades nas eleições do Município. Até o dia 30 de outubro já eram duas multas por propaganda irregular, que somadas chegam a R$ 20 mil. Segundo aliados de Deda, nada que comprometa os cofres da campanha milionária. É o típico caso em que o crime compensa.

... Deda foi multado por pedir votos antes do prazo estabelecido pela Justiça, através de postagens nas redes sociais e por veiculação de painel, configurando outdoor. Para os adversários, apesar das punições, os crimes eleitorais continuam acontecendo, sob a alegação de que dinheiro não é problema. Neste caso, Deda deixa claro que a Justiça resolve com dinheiro.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
RECOMENDADAS PARA VOCÊ
PUBLICIDADE
RECOMENDADAS PARA VOCÊ