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Glêdson classifica greve de servidores como atrocidade política
Sindicatos e prefeituras se chocam às vésperas de ano eleitoral
FOTO: SISEMJUM
Robson Roque
26/09/23 15:04

Os meses que antecedem um ano eleitoral costumam ser um teste de fogo para prefeitos em busca de reeleição, ou que pretendem garantir a continuidade do grupo político que representam. O segundo semestre de 2023 não tem sido diferente em municípios do Cariri. Servidores de Juazeiro do Norte iniciaram greve no início de setembro, enquanto trabalhadores do Crato articulam reações, após a Prefeitura anunciar cortes em gratificações. Em Barbalha, na semana passada, uma reunião entre o sindicato e as secretarias de Saúde e Planejamento discutiu temas como o piso da Enfermagem e benefícios por insalubridade.

No caso de Juazeiro, servidores exigem reajuste salarial superior aos 5,79% sugeridos pela gestão. “Na proposta do prefeito, muitos vão receber, em média, nove reais de reajuste”, comenta o Professor Chaves, diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Juazeiro do Norte (Sisemjun).

O prefeito Glêdson Bezerra argumenta que o percentual está na faixa de reajustes oferecidos pelo Governo do Ceará e outros municípios, bem como no limite para que a Prefeitura não infrinja a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Apesar de todas essas evidências, o sindicato, por questões políticas, faz uma greve política para dar desgaste ao gestor”, considera.

Ele ainda classificou a greve como uma atrocidade política, ao afirmar que ela ocorre na contramão da realidade financeira de municípios brasileiros. Uma decisão da Justiça estadual determinou a imediata suspensão da greve, na semana passada. “Conseguimos barrar essa verdadeira atrocidade, que é entrar em greve num momento como esse, em que o Brasil está se irmanando para tentar sair dessa crise”, enfatiza Glêdson.

O sindicato manteve a greve, por não ter sido notificado pela Justiça e promete ampliar a mobilização. “A postura do prefeito é uma inverdade, porque a negociação foi realizada com o setor financeiro do Gabinete do gestor municipal”, diz Chaves.

Já o Sindicato cratense reagiu a uma decisão do Poder Executivo, de reduzir em 10% os salários de servidores em cargos comissionados, de outubro a dezembro. “Os cortes serão lineares e valerão para todos os cargos, incluindo o primeiro escalão da gestão municipal, e outros ocupantes de cargos de confiança”, informa a Prefeitura. “Fica a nossa indagação: por que cair, de imediato, logo nos servidores esse enxugamento de gastos?”, questiona a presidente do SindsCrato, Denise Pinheiro.

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