Ataques e ameaças de violência em escolas uniram a população, órgãos de ensino e de segurança a níveis municipais, estadual e nacional. Uma força-tarefa montada no combate à violência movimenta os segmentos para garantir uma rotina tranquila no ambiente escolar. Em todo o Brasil, uma campanha teve início para formar uma corrente do bem. O esperado é que, no dia 20 de abril, as escolas se encham de boas ações interna e externamente. Através de gestos simples, como dar uma flor ou abraçar alguém, a intenção é focar em ações positivas e construtivas, celebrando a paz e o amor no ambiente escolar.

Além de segurança, os municípios intensificaram ações de acolhimento e escuta a estudantes e profissionais da Educação, com psicólogos e assistentes sociais. No Ceará, as secretarias estaduais de Segurança Pública e Defesa Social e de Educação alinham protocolos de atendimento e desenvolvem estratégias de segurança. As duas pastas lançaram a "Cartilha Segurança nas Escolas", destacando medidas já tomadas e orientando escolas, estudantes e população sobre o tema. Equipes de segurança vinculadas à SSPDS realizam rondas e paradas de viaturas nos estabelecimentos de ensino. Além de outras ações, a SSPDS realiza trabalhos de inteligência e investigação – que se repetem nos municípios do Cariri, a exemplo dos que formam o triângulo Crajubar.

Quem também acompanha a movimentação é o Ministério Público do Ceará, que orientou que a população não compartilhe fotos, vídeos e notícias falsas, que causem terror e que, ao invés disso, realize denúncias. Junto à imprensa, o MPCE debateu sobre o papel da imprensa e, junto aos órgãos de maneira geral, o órgão acompanha os trabalhos e dá suporte na prevenção, apuração e responsabilização dos fatos.

A Associação das Escolas Particulares do Cariri (AEPC) realizou reunião online para debater o tema. Como apontou Eliab Hazael, presidente da entidade, as seguranças nas escolas já existiam antes dos ataques, com utilização de seguranças e câmeras, por exemplo. “Orientamos que os gestores intensificassem cada vez mais essas ações, para que a família e as crianças se sintam seguras, para que as crianças passem por essa tempestade, entendendo da importância, mas não absorvendo o medo, que é um dos pontos principais”, informou Eliab.

Entre outras medidas, além de oficialização dos órgãos de segurança pública e diálogo com as lideranças políticas, foi decidida a criação de uma cartilha, que será distribuída para todas as escolas, além de trabalhos nas mídias sociais no combate às fake news e novos encontros para manter o diálogo sobre o combate à violência.

Prefeitos se mobilizam

Prefeitos de municípios caririenses se mobilizam para prevenir casos de violência em escolas da região. O prefeito de Farias Brito, Deda Pereira (PDT), cumpria agenda política em Brasília, em busca de recursos após enchente no Município, quando recebeu a notícia do ataque contra duas crianças em uma escola de Farias Brito, na quarta-feira (12). Ele revelou ter contatado o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e a governadora do Ceará em exercício, Jade Romero (MDB), “para traçar um plano para começarmos as aulas na segunda-feira, mas com segurança”.

O prefeito do Crato, Zé Aílton Brasil (PT), visitou escolas e destacou a elaboração de um plano emergencial para garantir o monitoramento dos estabelecimentos educacionais da rede pública e privada.

Guilherme Saraiva, prefeito de Barbalha, também visitou unidades educacionais do Município. “Estamos fazendo uma vistoria nas escolas, com o Conselho Tutelar, para prevenir a violência, conscientizar os alunos e também manter a presença da polícia”.

Já o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), anunciou a criação de um grupo de gerenciamento de crise “a fim de intensificar ações nas escolas do Município.