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Cariri na rota dos gastos coorporativos do Governo Bolsonaro
Despesas com alimentação foram pagas com o cartão corporativo
Foto: Antônio Rodrigues/SVM
Jornal do Cariri
17/01/23 0:00

A crise deflagrada a partir da revelação dos gastos com cartão coorporativo da Presidência da República, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inclui o Ceará. Segundo revelou a Secretaria-Geral da Presidência da República, na quinta-feira (12), nesse Estado, os gastos chegaram a R$ 197.796,67, entre a capital e o interior, nos quatro anos de mandato de Bolsonaro. As informações estavam sob decreto de sigilo e foram reveladas a partir de uma solicitação feita via Lei de Acesso à Informação.

O Ministério Público pediu, ao Tribunal de Contas da União (TCU), a abertura de investigação sobre os gastos que ultrapassaram os R$ 32,6 milhões. O Ministério Público teme uso abusivo e financiamento de eventos como “Motociatas”. Contratação de palcos aparecem entre os gastos.

O Cariri aparece nos gastos, com aquisição de alimentos no Caktus Restaurante, Hamburgueria e Pizzaria, em Juazeiro do Norte, e no Supermercado Seleto, em Brejo Santo. Juntos, Caktus e Seleto receberam pouco mais de R$ 50 mil, cerca de R$ 25 mil cada. Os estabelecimentos estão entre os 33 do Ceará que recebem valores relacionados ao cartão corporativo. Em nota, o Caktus criticou a repercussão que o caso ganhou e afirmou que apenas forneceu alimentos para a comitiva presidencial, entre os dias 06 e 08 de fevereiro de 2022.

O restaurante relaciona café, almoço e janta para 200 pessoas, em três dias. Ainda segundo a nota, o local foi contratado para o fornecimento, depois de uma pesquisa prévia de preços. “O ex-presidente jamais esteve em nosso restaurante e sim parte de sua comitiva, que na ocasião usufruiu de alimentos de qualidade e um cardápio variado, que o restaurante fornece para seus clientes”, versa a nota.

O Supermercado Seleto não se manifestou oficialmente sobre os dados. Nas redes sociais, um dos sócios do empreendimento, Fabrício Nicodemos Salviano, lembrou que o presidente Bolsonaro veio para Jati e Penaforte inaugurar as águas da Transposição do Rio São Francisco. Fabrício atacou governos anteriores apontando superfaturamento da obra.

Especificamente sobre o fato, Fabrício disse que a comitiva do presidente ficou acampada em “barracões do Exército”, no Parque de Exposições em Brejo Santo, durante 10 dias, e que toda a alimentação teria sido fornecida pelo seu estabelecimento. Fabrício não falou em quantidade e valores cobrados por cada refeição.

Políticos não repercutem
Apesar da repercussão, com a presença de estabelecimentos do Cariri envolvidos, o fato não atraiu a atenção dos políticos e lideranças da região. A cúpula do PT no Ceará se reuniu com o deputado federal José Guimarães, líder do governo na Câmara, no dia 13, mas não debateu o assunto. Participante da reunião que aconteceu em Fortaleza, o vereador cratense Pedro Lobo (PT) disse que o partido não tem discutido a pauta e que toda informação vem por intermédio da imprensa.

Estiveram na reunião, além de Pedro e Guimarães, o deputado estadual De Assis Diniz e o presidente estadual do partido, Antônio Filho (Conin). Nas redes sociais, Guimarães criticou os gastos, qualificando como “farra com dinheiro público”. Na postagem, o deputado relacionou os R$ 8,6 milhões gastos com hotéis, R$ 800 mil com o McDonald’s, destacando a utilização dos recursos com “besteiras”.

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