Com o objetivo de reduzir os impactos e promover a garantia dos direitos da população LGBTQIA+ de Juazeiro do Norte, pessoas transexuais e travestis, em situação de vulnerabilidade social, são contempladas com um auxílio financeiro. O benefício, no valor de R$ 200, será pago em duas parcelas, nos meses de junho e julho. A iniciativa é da Associação Beneficente Madre Maria Villac (Abemavi) e Casa da Diversidade Cristiane Lima, com o apoio da Aids Healthcare Foundation (AHF), uma instituição sem fins lucrativos dos Estados Unidos. Ao todo, foram selecionadas 20 pessoas, a partir de triagem feita pela profissional de Assistência Social lotada no espaço, que analisa o contexto socioeconômico, habitacional, de saúde e alimentar das contempladas.
Embora ainda seja um valor simbólico, a ação é pioneira no Ceará e foi comemorada pelos beneficiários, que diante da pandemia, sofrem ainda mais com a falta de serviços básicos. A mulher trans Bruna Araújo, uma das contempladas com o benefício, falou sobre o sentimento de receber a ajuda. “Sou grata por cada um que nos deu a mão, nos abraçou, e estou muito feliz que eles puderam se reunir para dar essa força para a gente”, comemora a juazeirense, que também ressalta a dificuldade que vivencia diariamente pela falta de oportunidades. Para a coordenadora da Casa, Brendha Vlazack, o benefício veio em boa hora. “Esse auxílio vai servir para nossas meninas travestis, transexuais e homens trans, que de toda a população é a mais marginalizada, no sentido de crises socioeconômicas e necessidade de segurança alimentar”, diz Brendha.
A Casa da Diversidade, que é a 1ª implantada no interior do Ceará, busca fortalecer e acolher a população LGBTQIA+ de Juazeiro. Foi inaugurada com o apoio da Associação Beneficente Madre Maria Villac (Abemavi) e da Associação Caririense de Luta contra Aids, e está funcionando desde o dia 30 de abril, com uma média de 100 atendimentos mensais. O nome do espaço é uma homenagem à ativista e mulher trans juazeirense, Cristiane Lima, que contribuiu para o movimento LGBT, e morreu vítima de covid-19 no ano passado. A Casa conta com um atendimento de segunda a sexta, a partir das 14h30, oferecendo atendimento integral na promoção da educação, saúde, defesa de direitos, cultura, lazer e empregabilidade das pessoas LGBTQIA+ para a efetivação da cidadania.
