A Câmara de Juazeiro do Norte voltou a questionar a competência do Instituto Diva Alves do Brasil (Idab), Organização Social (OS) que administra o Hospital e Maternidade São Lucas e a Unidade de Pronto Atendimento do Limoeiro (UPA-Limoeiro). Novas denúncias foram levadas à Casa, na última semana, por três vereadores que expuseram falhas no atendimento, falta de material e pediram uma auditoria na gestão do São Lucas. 

A Secretaria de Saúde, responsável pelo contrato do Idab, continua sem uma resposta concreta para as denúncias que se acumulam na Câmara e, consequentemente, no Ministério Púbico do Estado (MPCE). A secretária Francimones Rolim disse que um dos processos administrativos abertos contra o Idab está concluso e o resultado deve ser apresentado em breve. 

A Procuradoria-Geral do Município reafirmou a posição da Secretaria, garantindo que a pasta tem autonomia e respaldo da procuradoria para tomar decisões cabíveis. Atualmente, correm na Secretaria dois processos administrativos que investigam a atuação do Idab em Juazeiro. 

Antes isolado nas denúncias, o vereador Pedro Januário - Janu (Republicanos), ganhou a companhia dos colegas Marcio Joias e Nivaldo Cabral, ambos do PTB. Base do governo Glêdson Bezerra (Podemos), o vereador Marcio Joias relatou casos de crianças recém nascidas que estão sofrendo com a falta do sistema de aquecimento nas incubadoras. 

Segundo Marcio, a situação está obrigando servidores a improvisar com plásticos e fraudas para aquecer os bebes. O vereador deixou claro não se tratar de base de situação ou oposição. “A gente está falando de crianças. Estamos falando de seres humanos”, disse. 

Márcio sugeriu, ainda, que o prefeito Glêdson e a secretária Francimones Rolim sejam chamados para dar uma solução definitiva. Segundo o parlamentar, se o problema não for solucionado, a Câmara deve acionar à Justiça para pedir o distrato do contrato com o Idab. 

Janu disse ter recebido denúncias de falta de atendimento e citou o caso de uma grávida, com a bolsa rompida durante a madrugada, que ficou sem atendimento. O vereador foi a unidade pela manhã e ainda encontrou a paciente sem atendimento. Constatou a presença de apenas um médico e reclamou por não ter sido recebido pela direção do hospital. 

Nivaldo pediu uma auditoria na gestão do Idab, que segundo ele, enfrenta muitas denúncias de falta de médicos, medicamentos e equipamentos, e os vereadores estão sendo cobrados pela população. “Já que a Prefeitura não toma uma providência, pedi que o Ministério Público (MPCE) tomasse. Fizesse uma intervenção, uma auditoria, o que for necessário para que o hospital possa dar um atendimento de qualidade a população”, disse. As denúncias, junto com os pedidos dos vereadores, foram encaminhados ao Ministério Público, em Juazeiro do Norte, inclusive com apoio da base aliada.