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Vereador denuncia compra de votos para eleição da Mesa
Márcio Jóias disse que não recebe dinheiro para votar em presidente
Foto: Câmara de Juazeiro
Robson Roque
28/12/21 14:00

A última sessão de 2021, na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, foi marcada pelo enxugamento da pauta, com a votação de diversos projetos. Entretanto, uma denúncia feita pelo vereador Márcio Jóias (PTB) foi um dos assuntos que mais chamaram a atenção durante a reunião. O parlamentar provocou reações em outros vereadores quando justificava que se absteria de votar em uma das propostas colocadas para discussão e posterior votação. Única parlamentar a votar contra a criação de cargos que eleva a despesas do Legislativo, Jacqueline Gouveia (Republicanos) criticou a postura de Márcio: “Não vou me abster, porque acho que se abster de um projeto desses é estar na eleição da Mesa Diretora da Câmara. “A questão de me abster é uma sendo realmente favorável e com medo de votar a favor”, alfinetou.

Incomodado com a declaração de Jacqueline, Márcio Jóias lançou a denúncia durante a sessão. Segundo o parlamentar, vereadores recebem dinheiro para votar prerrogativa minha, já que eu não entendi o projeto. Se abster existe. Não é ficar em cima do muro, não, porque eu não recebo dinheiro para votar em presidente nenhum como têm certas pessoas que recebem e ficam no muro. Eu não fico em cima do muro, nem recebo nada”, denunciou Márcio.

Durante a discussão, Jacqueline recomendou que ele expusesse os vereadores que recebem dinheiro para votar na eleição da Mesa Diretora. “Dê nome aos bois, vereador. Votação de presidência aqui, dê nome aos bois, a quem você está se referindo, porque é muito sério o que você está falando”, solicitou a vereadora Jacqueline Gouveia, incomodada com as acusações. Já o vereador Nivaldo Cabral (PTB) pediu que o presidente da Câmara, William Basílio (Bilinha, do PMN), interviesse na discussão, momento em que os microfones dos parlamentares foram desligados.

A eleição para a direção do Poder Legislativo juazeirense tem sido discutida publicamente há pelo menos dois meses. Um grupo de vereadores liderado por Yanny Brena (PL) quer antecipar a votação. Para isso, conseguiram aprovar, em dezembro, mudança no Regimento Interno da Casa para permitir a flexibilização do período para escolha de uma nova direção. Segundo a proposta, a eleição ocorreria em janeiro de 2022, mas a Câmara entrou em recesso na terça-feira (21) e só retoma as atividades em primeiro de fevereiro. Outro grupo de vereadores, no entanto, posiciona-se contrário à antecipação e tem articulado para que ela não se concretize.

Sessões nas quais a proposta seria discutida foram canceladas devido à ausência de vereadores. Um deles é o vereador Fábio do Gás (Rede). Além de afirmar que vai tentar anular a antecipação por via judicial, como também vai reunir seu grupo político para a formalização de uma chapa para concorrer contra Yanny, que seria candidata à presidência. A votação também reflete no prefeito Glêdson Bezerra (Podemos). Ele afirmou que não pretende interferir no processo interno da Câmara, mas é pressionado a apoiar a chapa encabeçada por Fábio do Gás.

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