Tortura e cárcere privado de gestante escancaram urgência em punição severa para violência doméstica
Mulher passou mal e perdeu o bebê nesta quarta-feira
Imagem IA
Jaqueline Freitas
03/12/25 17:55

Em dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, um caso escancara a crueldade de quem deveria cuida e proteger. Terça-feira, 02 de dezembro, Juazeiro do Norte. Grávida de quatro meses, Marta (nome fictício para preservar a identidade da vítima) buscou a Casa da Mulher Cearense, onde funciona a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), após conseguir fugir de um cárcere privado de dois anos. O companheiro, Santiago de Almeida Borges, e a sogra de Marta são acusados de agredir, torturar e impedir a vítima de manter contato com familiares.

Marta chegou à DDM em choque. Vítima e acusado têm 41 e 43 anos, respectivamente. Ele, tatuador profissional, tatuava e queimava a mulher com o ferro de passar quente. A mãe dele, de 70 anos, ajudava a manter a vítima em cárcere e participava das torturas. Marta conseguiu fugir após um momento de distração da sogra, que segundo relatou, estava sempre em posse da chave da casa.

Ao fugir, a mulher se deparou com a Guarda Civil Municipal, que estava nas proximidades e a levou à Casa da Mulher Cearense, onde foi acolhida e recebeu amparo multidisciplinar. Nesta quarta-feira, a vítima passou mal, foi levada ao hospital e perdeu o bebê. O acusado tem antecedentes criminais, por lesão corporal e violência doméstica. Mãe e filho passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada.  

O caso acontece em meio a campanha dos 21 dias pelo fim da violência contra a mulher, que se encerra no próximo dia 11, e a uma mobilização nacional para combater a violência de gênero e o feminicídio. Em visita ao Ceará nesta quarta-feira (3), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou sobre os últimos casos de violência contra a mulher no Brasil, e disse que vai liderar um movimento dos “homens que prestam”. “Vou conversar com todos os poderes. Nós, homens que temos caráter, que tratamos as mulheres com respeito, não podemos aceitar que alguém ligado a gente, seja violento com a mulher”. E completou: “o vagabundo que bate na mulher não precisa votar em mim”.

Em Juazeiro do Norte, a Patrulha Maria da Penha (PMP), vinculada à Secretaria Municipal de Segurança Pública e Cidadania (SESP) e executada pela Guarda Civil Municipal (GCM), atua no patrulhamento e nas comunidades, 24 horas, somando forças com a Casa da Mulher Cearense e a Delegacia da Mulher, no combate à violência doméstica. Este ano, até o dia 31 de outubro último, foram executadas 68 prisões pelo patrulhamento. A equipe assiste cerca de 350 mulheres com visitas diárias.

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