Tensão cresce entre Elmano e Glêdson após nova troca de acusações
Troca de acusações amplia o desgaste entre Estado e Município
Foto: Redes sociais
Robson Roque
08/12/25 17:41

O clima político entre o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), voltou a se acirrar. Após recentes críticas do gestor juazeirense, Elmano respondeu afirmando que o prefeito “às vezes tem o rei na barriga” e usa “frases injustas”, ao falar sobre a atuação do Estado no município. A troca de acusações amplia o desgaste entre Estado e Município, em meio a debates sobre saúde pública e obras paralisadas na região.

O governador considera que Glêdson ignora investimentos estaduais, como a reforma do Memorial Padre Cícero, e lembrou do percentual de juazeirenses atendidos pelo Hospital Regional do Cariri. Segundo Elmano, a quantidade sobrecarrega o HRC, como resultado do fechamento do Hospital Estephânia, atribuído por ele à gestão municipal. “Às vezes [ele] tem um discurso bastante sereno, tranquilo, mas, aqui e acolá, gosta de fazer, penso eu, frases injustas. Mas acho que faz parte da política. Penso que são jeitos diferentes de olhar os fatos”, disse Elmano.

A resposta de Glêdson veio em tom ainda mais duro. Segundo o prefeito, Elmano está “mal informado ou mentindo”. Ele afirma que nenhum equipamento de saúde foi fechado e que a gestão municipal foi a que “abriu mais unidades nos últimos 20 anos”. Glêdson sustenta que os serviços do Hospital Estephânia foram transferidos para estruturas recuperadas pela Prefeitura, como o Hospital Maria Amélia, “aquele mesmo hospital que foi abandonado pela turma do governador e ficou com obras paralisadas por quase seis anos”.

O prefeito também acusou o Governo do Ceará de dever R$ 14,9 milhões ao município e lançou um desafio ao governador: “O Governo do Estado deve ou não repasses a Juazeiro superiores a R$ 14 milhões? Aposto meu mandato com o seu se eu estiver mentindo”. Em vídeo, Glêdson ainda afirmou que “não existe rei na barriga, existe uma população cansada de ser prejudicada”.

Aliados de Elmano rebatem Glêdson

A discussão ganhou contornos ainda mais ásperos entre aliados. O secretário-chefe da Casa Civil, Chagas Vieira, acusou Glêdson de ser “o típico exemplo de fanfarrão”, afirmando que o prefeito é “bom de papo, tenta esconder sua incompetência administrativa, sem resolver os reais problemas de Juazeiro, mesmo com toda a ajuda federal e estadual, atacando e distorcendo fatos”. 

Glêdson revidou, na mesma rede social, listando obras na área da saúde. “Detalhe: eu estou falando só na área da Saúde. Se quiser, eu mostro mais um pouco das mais de 100 obras e de vários indicadores. Acho que isso é sinal de trabalho”, comentou o gestor.

Também se manifestou o ex-vice prefeito e atual diretor do HRC, Giovanni Sampaio, que afirmou que o Hospital Estephânia “não somente está fechado como depredado”. Ele ressaltou que “fechar para reforma é diferente de abandonar” e observou que a prefeitura dispõe de um orçamento anual superior a R$ 1 bilhão, ao mesmo tempo em que cobra R$ 14 milhões do Estado. “A ingratidão parece fazer parte da sua administração. Vamos rebater ponto a ponto o que a ingratidão se pronunciou”, declarou.

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