Uma pesquisa feita pela Fecomércio SP aponta que, a cada dez pessoas, sete mudaram padrões de consumo por causa da pandemia. A perspectiva, conforme aponta economista, é que esse fenômeno se repita em todo o país, afetando, inclusive, o Cariri. Conforme os dados apresentados, a mudança ocorreu entre 72% dos entrevistados. Os setores mais impactados foram o de roupas e calçados (42%), viagens e turismo (30%), e atividades físicas (27%). Até mesmo bens essenciais, como alimentos e remédios, entraram no ranking, com 22% no corte de gastos. A taxa de desemprego durante a crise sanitária e a alta da inflação são fatores que contribuíram para o resultado. Quando o assunto é e-commerce, 46% dos brasileiros aumentaram, de alguma forma, o consumo online.
Como acredita o professor José Márcio dos Santos, do curso de Economia da Universidade Regional do Cariri (Urca), a renda e os hábitos de consumo, que incluem hábitos culturais e sociais, por exemplo, são as principais responsáveis pelas mudanças nos gastos. O problema, como ele aponta, é ajustar a renda e os hábitos de consumo para que se encontre um equilíbrio no orçamento. Diante do cenário do desemprego ou da redução salarial, por exemplo, mais do que consciência, esta busca se torna algo necessário.
Sobre o aumento de compras por e-commerce, ele diz ser difícil afirmar com exatidão se haverá aumento ou diminuição desse tipo de serviço com o passar do tempo, já que há variantes na dedução. As vendas em farmácias ou supermercados, por exemplo, devem continuar tendo o delivery com respaldo crescente nesse tipo de prestação de serviços; sobre o retorno de velhos hábitos ligados a entretenimento, como cinema ou aqueles ligados à “satisfação do consumo” fora do lar, como jantar entre amigos, em que as pessoas saem da rotina em busca de lazer, devem ser retomados gradativamente.
Entre as dicas para desafogar as contas, José Marcio cita a importância de um controle financeiro. Como os gastos envolvem vários fatores, como celular, água, energia, internet, lazer, etc, a dica é que tudo seja organizado, em papel ou numa planilha do computador. A pessoa pode, por exemplo, diminuir a porcentagem de gastos com determinados serviços para incluir o valor em outro destino.
