Sem Expocrato, Cariri tem prejuízo milionário
Cancelamento da Expocrato potencializa crise econômica
Festival Expocrato também foi cancelado devido à pandemia. Foto: Caio Kads
Samylla Alves
07/07/20 19:00

No mês de julho, os caririenses que residem na Região e em outros estados tem um encontro marcado na Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados e no Festival Expocrato. Este ano, os eventos, que acontecem de forma simultânea, tiveram que ser cancelados, devido à pandemia de covid-19. O comércio varejista, o terceiro setor e outros segmentos da economia afirmam que o prejuízo será milionário, potencializando a crise econômica no Cariri.

A Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados e o Festival Expocrato movimentam mais de R$ 50 milhões, dinheiro que é responsável pelo sustento de muitas pessoas, que através da Expocrato conseguem o recurso para sobreviver por meses, como é o caso das famílias que trabalham na Casa de Farinha ou no Engenho. Agropecuaristas, lojistas e proprietários de hotéis e restaurantes estimam uma crise sem precedentes.

O diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas do Crato (CDL), José Lobo, explica que foram feitas várias reuniões com representantes no comércio e com os órgãos públicos e mesmo enfrentando um momento delicado na economia deliberaram pela não realização do evento. “Estamos com a maior parte do comércio fechado desde março. A princípio, pensamos em manter a Expocrato em Julho, mas com o crescimento do número de casos, sugerimos realizar a Exposição em dezembro. Mas foi inviável. Infelizmente, em todo o mundo, os eventos estão sendo cancelados. Sem dúvida alguma, o prejuízo será enorme”, afirma José Lobo.

Por ser um evento nacional, a Expocrato atrai milhares de pessoas para o Cariri, aquecendo o setor de serviços como hotéis, bares e restaurantes, um dos mais afetados com a pandemia. “Estamos passando por um momento muito delicado. O cancelamento de um evento do porte da Expocrato representa um prejuízo para toda a região. Os bares e restaurantes, hoje, estão sobrevivendo do delivery, mas esse serviço só representa 20% do nosso faturamento. Estamos há mais de 100 dias fechados. O crédito não tem chegado ao microempresário e, se o Governo não prorrogar a MP 936, que permite uma desoneração da folha de pagamentos, evitando milhares de demissões, o impacto no setor pode passar dos 50%”, aponta o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Cariri, Ricardo Ferreira.

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