Santinhos jogados de helicóptero cassam mandato de Glêdson
Segundo a denúncia que motivou a ação, os gastos com as ações nas carreatas poderiam chegar a R$ 70 mil
Foto: Arquivo JC
Da redação
04/05/21 0:00

A disputa eleitoral em Juazeiro do Norte ainda não acabou. A avaliação ganhou força depois da decisão do juiz da 28ª Zona Eleitoral, Giacumuzaccara Leite Campos, na sexta-feira (30), que cassou os diplomas do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) e do vice Giovanni Sampaio (PSD), e tornou inelegível o empresário Gilmar Luiz Bender. De acordo com a ação, as denúncias consistem no uso indevido de helicóptero em campanha, durante carreata em 24 de outubro de 2020, não incluídos na prestação de conta, e do derrame de santinhos feito pelo helicóptero, de propriedade de Gilmar Bender, no dia 14 de novembro do mesmo ano, o que é contestado pelos então candidatos.


Para o juiz, houve “grande benefício, a ponto de tornar injusta e desproporcional a propaganda eleitoral”. A decisão contraria o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), que numa Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), descartou a sansão de inelegibilidade, por não haver identificação material de que os atos produziram “resultado gravoso no processo eleitoral a inquinar a liberalidade do voto e a legitimidade das eleições”. Ainda no parecer, o promotor José Carlos Félix da Silva disse não haver “quaisquer fatos/provas que autorizem a conclusão do abuso de poder econômico e sem embargo divergente, não percebo elementos probatórios robustos para dar suporte jurídico ao acolhimento autoral”.


O prefeito Glêdson disse ter recebido a notícia com muita estranheza e citou o parecer do Ministério Público Eleitoral. “Falar de abuso de poder econômico numa campanha como a nossa, simples, quando vocês sabem como foram as campanhas dos nossos adversários, realmente é um contrassenso”, avaliou o atual prefeito de Juazeiro, ao afirmar que recorrerá da decisão.
O vice-prefeito Giovanni Sampaio também disse ter recebido a decisão com surpresa, mas que acredita na correção pelas instâncias superiores. “O volume de campanha nas ruas era visto aos olhos de qualquer pessoa, das candidaturas que tinham uma condição melhor”, disse. Gilmar Bender não se manifestou oficialmente sobre a decisão.

Segundo a denúncia que motivou a ação, os gastos com as ações nas carreatas poderiam chegar a R$ 70 mil, mas não estão presentes na prestação de contas da campanha de Glêdson e Giovanni. A denúncia é assinada, entre outros, pelo candidato a vereador João Paulo Ramos (PV). Ex-policial militar e youtuber, João Paulo foi preso em flagrante no dia 1º de março, por extorsão ao vereador Marcio Joias (PTB).

No processo que investiga a extorsão foi apresentado um áudio, amplamente divulgados pela imprensa, onde João Paulo admite ter acordado com o presidente da Câmara, vereador Darlan Lobo (MDB), o recebimento de R$ 20 mil para manter a denúncia contra o prefeito Glêdson. No áudio, João Paulo reclama que o presidente Darlan pagou apenas R$ 19 mil e que ainda estava devendo de R$ 1 mil do acordo para manter o processo de cassação. João Paulo responde pelo crime em prisão domiciliar e sob determinação de uso de tornozeleira eletrônica.

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