Trabalhadores do Cariri recebem, em média, valores abaixo do salário mínimo nacional. Apenas cinco dos 29 municípios da região - Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Brejo Santo e Tarrafas - registram rendimento médio superior ao mínimo de R$ 1.518.

Nas demais cidades, a renda média varia de R$ 1.484,39 em Campos Sales, que equivale a R$ 33,61 abaixo do mínimo, a R$ 850,93 em Salitre, onde o valor é R$ 667,07 menor. Com a média, Salitre tem a oitava pior remuneração entre todos os municípios brasileiros. A cidade caririense só aparece à frente de sete cidades do Maranhão, Bahia e Piauí. Cachoeira Grande, no Maranhão,  com R$ 759, é o pior salário do Brasil.

Em Juazeiro do Norte, o rendimento médio é 25% superior ao salário mínimo, o que equivale a R$ 385,88 a mais. No Crato, a diferença é de pouco mais de 24%, ou R$ 372,38 acima do mínimo, enquanto em Barbalha, o ganho médio é cerca de 20% maior, representando R$ 318,18 adicionais. Em Brejo Santo, o rendimento médio é de R$ 1.560,13, o que significa R$ 42,13 acima do mínimo, e em Tarrafas, a média chega a R$ 1.546,47, uma diferença positiva de R$ 28,47.

Os valores foram levantados pelo Jornal do Cariri, com base nos novos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na semana passada. Em nenhuma cidade do Cariri o rendimento médio é igual ou superior à média estadual, que é de R$ 1.970,59.

Para o diretor de Pesquisas do IBGE, Gustavo Junger, os dados evidenciam as disparidades entre as cidades, estados e regiões do Brasil. “A evolução e o aprimoramento dos quesitos sobre trabalho e rendimento ao longo dos Censos acabaram por refletir a complexidade das relações econômicas e sociais do Brasil”, explica Junger.