Na reta final, a campanha Agosto Lilás é dedicada à conscientização e ao enfrentamento da violência contra a mulher. O Cariri registrou aumento nas ocorrências relacionadas à Lei Maria da Penha. Em junho de 2025, foram contabilizadas 358 ocorrências, contra 294 no mesmo período de 2024. Já em julho deste ano, o número chegou a 357 registros, enquanto no ano passado foram 324 casos.

A escolha do mês de agosto para a campanha faz referência à Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), sancionada em 7 de agosto, considerada um marco na proteção às vítimas de violência doméstica no Brasil. Em Juazeiro do Norte, a Secretaria de Segurança Pública promoveu palestras com a delegada de Polícia Civil, Wannini Galiza, e a sargento Samara, do grupo de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas, destacando a importância da prevenção e do enfrentamento à violência contra a mulher.

Segundo o subinspetor Félix, coordenador do Núcleo de Educação e Prevenção à Violência Doméstica da Patrulha Maria da Penha, os resultados são expressivos. “A repercussão das ações tem sido amplamente positiva, tem salvado muitas vidas. Muitas mulheres já conseguiram reconstruir suas histórias com apoio da rede de proteção”, afirmou.

Em Barbalha, as atividades chegaram às escolas municipais, onde alunos participaram de palestras sobre prevenção à violência, equidade de gênero e respeito aos direitos das mulheres, fortalecendo a conscientização desde cedo. Já a Prefeitura do Crato concentrou esforços na divulgação dos canais de denúncia contra a violência de gênero.

A Defensoria Pública do Estado do Ceará alerta que o combate à violência contra a mulher deve ser permanente, não apenas no mês de agosto, durante a campanha Agosto Lilás. Somente no primeiro semestre de 2025, 24 mulheres foram assassinadas no Ceará, um aumento de 26,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 19 feminicídios. Em junho, 11 casos foram contabilizados, segundo dados da Superintendência de Pesquisa e Estratégia em Segurança Pública (SSPDS).