Queimadas atingem área equivalente a Juazeiro em cinco anos
Cariri perde mais de 250 km² de vegetação em cinco anos
Foto: Governo do Ceará
Robson Roque
04/11/25 14:30

Um levantamento da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) revela que a região do Cariri foi fortemente afetada por queimadas nos últimos cinco anos, com 257,77 km² de área atingida entre 2020 e 2024. O estudo, que analisou dados de sensoriamento remoto no período de setembro a dezembro - meses mais críticos para a propagação do fogo -, mostra que a região concentra parte significativa das “cicatrizes de queimadas” do estado.

A área afetada no Cariri é praticamente igual à extensão territorial de Juazeiro do Norte, que é de 258,788 km². Entre as cidades mais impactadas, Assaré lidera o ranking, com 71,10 km² de área queimada, seguida por Caririaçu (53,85 km²), Várzea Alegre (49,96 km²) e Araripe (37,05 km²). Missão Velha (28,84 km²) e Barro (16,97 km²) completam a lista.

Segundo o estudo, a situação causa “a degradação da vegetação nativa, a perda de biodiversidade, a emissão de gases de efeito estufa e impactos socioeconômicos sobre comunidades rurais”. O relatório aponta 2023 como o ano mais crítico, com 1.881,79 km² queimados em todo o Ceará, quase o dobro da média histórica. Embora 2024 tenha registrado redução, com 1.380,26 km², o índice ainda é considerado alto.

Os meses de outubro e novembro concentram a maior parte das ocorrências, representando juntos cerca de 75% da área queimada. Para os pesquisadores da Funceme, compreender a distribuição espacial e temporal das cicatrizes é essencial para planejar ações de prevenção e recuperação ambiental. “As cicatrizes de queimadas são marcas visíveis do impacto humano e climático sobre o território”, reforça a equipe técnica.

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