Jornal do Cariri
Protetores denunciam onda de violência contra animais no Cariri
Crato é um dos municípios com maior índice desse tipo de violência
Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Luan Moura
24/08/21 8:30

A região do Cariri tem vivenciado uma crescente onda de maus tratos e extermínio de animais. Na última semana, foram registrados pelo menos três casos desse tipo de violência, ocorridos em Crato, Campos Sales e Caririaçu. A crueldade contra animais tem preocupado ativistas da causa, que clamam por mais empatia da sociedade, além de políticas efetivas do poder público para reduzir a problemática.

O caso mais recente ocorreu no bairro Seminário, em Crato, onde vários gatos foram encontrados mortos, por envenenamento, em uma cesta de lixo. Já em Campos Sales, um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais registrou o momento em que um homem mata um cão a golpes de machado. As imagens chocaram a população e logo uma operação foi montada para capturar os responsáveis por amarrar, arrastar, desferir golpes de machado em cachorros e ainda filmar a cena. Na operação, a polícia encontrou um cemitério de animais, mortos brutalmente por um homem identificado como “Zé do Mel”.

A ativista e fundadora da Associação Defensora dos Animais Carentes (Adac), Mariângela Bandeira, acompanha diariamente os casos de maus tratos, assim como o grande número de cães e gatos em situação de rua.  Ela aponta o Crato como o município com o maior índice de violência e os desafios para melhorar a situação desfavorável em que se encontram os animais. “É a manutenção dos tutelados, dos abrigos, dos espaços, porque a gente vive praticamente de doações, que caíram bastante durante a pandemia, mas como o número de animais resgatados aumentou, os abrigos hoje estão superlotados”, explica Mariângela, que também relata que o Crato terá uma Unidade de Pronto Atendimento Animal (UPAA), a primeira clínica do Cariri. O equipamento irá contribuir com o trabalho dos protetores.

Em Barbalha, o cenário é de descaso, de acordo com a protetora Emilly Pereira, que faz parte do Projeto Amor de Pet.  Cadelas no cio, animais atropelados, filhotes jogados em terrenos baldios, maus tratos, chacina de animais, animais atropelados e queimados na entrada da cidade, entre outros maus tratos. Embora já existam discussões sobre a situação dos animais com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ainda há muito o que se fazer. “A Prefeitura tem projetos na teoria, mas esperamos que saia do papel, porque esses animais necessitam de toda ajuda possível”, diz. Ela também relata que a pandemia contribuiu negativamente para que mais casos de abandonos e violência física fossem registrados. “Teve um aumento drástico, principalmente pelo mito que animais transmitiam o vírus. Com o abandono, consecutivamente há mais fêmeas nas ruas, o que faz com que a população de animais aumente, pois estas entram no cio e dão cria de até 12 filhotes por ninhada. O pessoal leva alguns, mas eles preferem machos, e as fêmeas vão ficando. Com seis meses, as fêmeas entram no primeiro cio e engravidam também, gerando um loop infinito e aumento populacional muito grande”, afirma.

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