Lideranças políticas do Cariri, principalmente pré-candidatos a prefeito, distanciam-se da crise entre PT e PDT, à medida que se aproximam as definições de candidaturas em cidades como Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. Alguns deles acreditam que o rompimento entre os dois partidos não influenciará as articulações para o próximo ano. As duas siglas foram aliadas no Estado durante 16 anos, proporcionando dois mandatos a Cid Gomes e outros dois ao caririense Camilo Santana, atual ministro da Educação.
Ano passado, entretanto, PT e PDT romperam a aliança histórica, ante indefinições sobre candidaturas, que culminou com nomes próprios em cada partido: o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, pelo PDT, e o então deputado estadual Elmano de Freitas, eleito pelo PT. Cotado para se candidatar a prefeito em Crato, o atual vice-prefeito, André Barreto, considera o rompimento “um equívoco e uma falha de percepção da realidade eleitoral do Estado. Penso que já se deveria ter buscado o entendimento. A eleição passou e tenho certeza de que a maioria do partido no Ceará é claramente favorável a que retomemos a parceria com o PT”.
André Barreto reafirmou o desejo de ser candidato a prefeito, com as anuências das principais lideranças locais e estaduais dos dois partidos. “O meu nome está posto como pré-candidato. Conversei com o prefeito, com Cid e com Camilo. Penso que é uma experiência que temos desde 2001 na política e como gestor no Governo do Estado e na Prefeitura do Crato”, revela André.
À espera da reconciliação entre petistas e pedetistas, André ainda conta com a manutenção da parceria entre ele e o prefeito Zé Aílton Brasil. “Tenho muita esperança de que as arestas se aparem. Mas independente disso, a minha parceria com o prefeito Zé Aílton, meu apoio e o nosso trabalho conjunto não terá nenhum abalo”.
Diante de outros nomes de aliados, o prefeito cratense, Zé Ailton, defende que a escolha de candidato se fundamente em pesquisas de preferência junto a eleitores. “Como foi feito na minha época e do André. E aí vamos qual o melhor nome poderá representar esse projeto, mas que tenha aceitação popular. Não adianta a gente pensar em uma candidatura sem ter aceitação popular. Não tenho dúvidas de que vamos chegar a um consenso ”, argumenta.
Eleito prefeito de Barbalha pelo PDT, Guilherme Saraiva deixou o partido no estopim da crise entre as duas siglas. Para ele, a crise não terá reflexos nas eleições locais. “Eu gostaria muito que isso fosse sanado. Estamos muito longe desse problema, não temos nem como opinar, mas o nosso desejo é que fosse resolvido. A gente junto é mais forte, e é salutar para ambos e para o desenvolvimento da região, que PT e PDT andem juntos também aqui na região do Cariri”, conclui o prefeito.
A filiação dele ao PT, articulada pelo deputado federal José Guimarães, é dada como certa. “Já recebi convite tanto do PT quanto do PDT, para voltar. Há uma tendência de ir para o PT, mas essa decisão tem que ser conversada com as lideranças, vereadores e outros partidos. Ver todo um projeto, porque não fazemos nada só e precisamos tomar essa decisão ouvindo as pessoas”, considera Guilherme.
O prefeito barbalhense ainda avaliou outros nomes apontados como candidatos. Entre eles, mencionou o deputado estadual Fernando Santana (PT), nome de preferência de lideranças do PT em Juazeiro do Norte para candidatura nesta cidade. “Fernando é um ótimo nome. Eu acho que ele tem alguma resistência porque Juazeiro é uma complexidade muito grande”, analisa. Guilherme Saraiva ainda negou o desejo de se candidatar a deputado estadual. “Eu vou colocar meu nome à disposição para uma reeleição. Não vai ser nada imposto, mas o meu plano é ficar só na Barbalha mesmo”, concluiu.
