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Porta-voz dos FGs como barganha
Donizete Arruda
04/01/22 0:00

É triste o final da vida pública do senador Tasso Jereissati. Sem condições políticas de disputar à reeleição este ano, Tasso assumiu uma nova missão, registre-se estratégica para seus objetivos. No primeiro dia útil de 2022, 03/01,Tasso concedeu entrevista ao jornal OPOVO, e atuou como porta-voz dos interesses dos irmãos Ciro e Cid Gomes, qual seja, destruir a candidatura de oposição do Capitão Wagner. Tasso declarou que a eleição de Wagner “é um retrocesso para o Ceará”. Vinculou-o ao presidente Bolsonaro, mesmo Wagner estando para se filiar ao União Brasil, que negocia uma aliança com o Podemos para apoiar a candidatura de Sergio Moro. O engraçado é que Tasso não faz nenhuma crítica a oligarquia Ferreira Gomes. Nenhum comentário sobre o domínio que os FGs tem no Ceará desde 2006, controlando com mão de ferro o Governo do Estado, a prefeitura de Fortaleza e a Assembleia Legislativa do Ceará.

Capitão Wagner passa carão em Tasso

Mesmo sem citá-lo nominalmente, Capitão Wagner deu uma resposta curta e dura ao senador Tasso Jereissati, o porta-voz dos recados sujos dos FGs na corrida eleitoral deste ano. Wagner publicou em suas redes sociais: “quando político rico e poderoso vê sua liderança perdida para alguém que veio da periferia, sem padrinhos, sem dinheiro para comprar votos, o que ele (Tasso) faz: esperneia, estrebucha e, em último caso, se junta aos que eram seus opositores (FGs) para tentar evitar o sucesso do novo líder.” Tasso realmente está muito confuso. Era dispensável às agressões desferidas por ele contra Capitão Wagner. Seu plano de ser o candidato ao Senado, dos irmãos Ciro e Cid Gomes, esbarra na dependência da oligarquia FGs ao governador Camilo Santana, a maior liderança do Estado, cujo prestígio é essencial para uma candidatura do PDT ter chance de vitória nas eleições de outubro.

Estratégia de Tasso: Camilo desiste

Tasso Jereissati é o candidato dos sonhos de Ciro Gomes ao Senado Federal. Cid prefere eleger Camilo Santana senador. Na queda de braços dos irmãos FGs, sempre quem ganha é Ciro. Entretanto, no processo eleitoral deste ano no Ceará, o desejo de Ciro esbarra na necessidade de derrotar uma oposição – Capitão Wagner – que lidera todas as pesquisas, e alavancar sua candidatura em 3° lugar, bem atrás de Lula e do presidente Bolsonaro. Ciente dessa realidade, Ciro disse a Tasso que mesmo querendo, não tinha como apoiar a sua reeleição. Tasso entendeu as dificuldades do amigo. Mas, não jogou a toalha na busca pelo seu terceiro mandato de senador . Está tentando se cacifar com os FGs, desconstruindo a candidatura de Capitão Wagner, ao mesmo tempo que tenta forçar o governador Camilo a não deixar o Abolição no prazo limite da desincompatibilização, 02 de abril. Solitariamente, Tasso sonha de olhos abertos, que Camilo irá desistir de uma eleição tranqüila para que ele possa ser senador novamente. No voto, Tasso perde feio, e nem tem coragem de concorrer contra Camilo.

Desespero faz Tasso ser eleitor de Lula

A chapa idealizada por Tasso para a oligarquia dos FGs tem a defesa de uma aliança surpreendente: a proposta sonhada une o PDT apontando o candidato ao Governo – o nome mais cotado é mesmo a vice-governadora Izolda Cela, se assumir o Abolição, ou Roberto Cláudio, se Camilo continuar como governador -, a vaga de vice-governador seria do PT, que indicaria o deputado federal José Guimarães, e para o Senado, claro, Tasso Jereissati. Para evitar o veto do PT a essa ampla aliança com o PSDB, Tasso não esconde que trairia a candidatura de seu partido ao Planalto, do governador João Doria, e apoiaria com entusiasmo a candidatura de Lula a presidente. Em suas últimas entrevistas, Tasso vem elogiando a chapa Lula – ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Diz que a dupla é a melhor para tirar o Brasil da atual situação econômica. Aceita que Alckmin se filie ao PSB para ser vice de Lula. Não impõe exigências, quer estar no palanque com Lula, para que o PT obrigue Camilo a permanecer, para que Tasso possa ser senador com apoio dos FGs, PT e Lula no Ceará. Isso não é imaginação fértil. É apenas o desejo exposto por Tasso em todos os seus ultimos movimentos políticos.

Consórcio de vereadores sendo investigado

A crise que varreu a Câmara de Juazeiro do Norte, sobre a articulação para derrubar o prefeito Glêdson Bezerra, em fevereiro de 2021, continua na mira da Polícia Civil. Recentemente, o vereador afastado Darlan Lobo, o empresário Yury do Paredão e o ex-policial João Paulo foram intimados a prestar novos depoimentos sobre o caso. A manobra para derrubar o prefeito Glêdson veio à tona depois que foram vazados áudios de João Paulo assumindo ter sido contratado para encabeçar o pedido de cassação. Tudo foi confirmado pelo empresário Yury, irmão da vereadora Yanny Brena. Yury disse que chegou a ser contactado para compor um consó ;rcio de vereadores para bancar a queda do prefeito. Após o vazamento, a Polícia Civil passou a apurar o caso e promete para breve a conclusão do inquérito. Mais vereadores podem ser afastados da Câmara.

Lideranças viram as costas para Dr. Leitão

Mesmo apoiado pelo senador Cid Gomes, seu genro, o promotor aposentado Leitão Moura está sentindo dificuldade de se credenciar para a disputa por uma vaga na Assembleia no seu principal reduto eleitoral: o Crato. Dr. Leitão tem reclamado do esvaziamento de lideranças que estavam fechadas com sua pré-candidatura. O último a abandoná-lo foi seu ex-coordenador, Fernando Top Telha, que já declarou apoio ao sobrinho do prefeito Zé Ailton Brasil, o vereador Lucas Brasil. Leitão reclama abertamente da perseguição da família Brasil, mas Zé Ailton garante não ter nada a ver com as articulações do sobrinho. Além de Fernando, Dr. Leitão já perdeu pelo menos uma dúzia de outras lideranças de bairro, que migraram para outros pré-candidatos a deputado estadual. As lideranças acusam Leitão de ter abandonado por um longo período as bases. E ao tentar retornar agora estaria enfrentando dificuldades. Senador Cid Gomes está sendo convocado a salvar sua candidatura.

Eliane Estrela desiste da Assembleia

A secretária de Educação do Ceará, a cratense Eliane Estrela, abriu mão de ser candidata a deputada estadual em 2022. Segundo confessou a aliados, o recuo é estratégico: para se credenciar na disputa municipal de 2024, para a prefeitura do Crato. A outra versão é que Eliane foi aconselhada a abandonar a disputa, para ajudar na reeleição do deputado federal Idilvan Alencar, seu padrinho político. Idilvan estaria encontrando dificuldades de fechar colégios eleitorais e teria trocado apoios em municípios onde não tem entrada para trazer novos nomes ao Crato. Eliane pedirá voto para Idilvan e o indicado dele a Assembleia. Eliane concordou com a desistência pelo sonho de ser prefeita do Crato.  Aí estão duas versões sobre Eliane Estrela não concorrer mais a Assembleia. Outras irão aparecer.

Lula espera desistência de Ciro

O presidenciável do PT, Lula, estabeleceu um prazo máximo para que Ciro Gomes anuncie que não é mais candidato à presidência da Republica, e apoiará a sua candidatura. O limite de espera de Lula é a data da desincompatibilização: 30 de março. Depois disso, se Ciro realmente lançar sua candidatura no dia 21 de janeiro, e cumprir sua promessa de ser ainda mais agressivo tendo Lula como alvo, os irmãos Ciro e Cid Gomes já foram cientificados: o PT do Ceará romperá com o PDT e terá candidatura própria. Não há deputado federal José Guimarães que impeça o rompimento. Lula não aceita mais ser alvo de ataques grosseiros de Ciro. Também quer até essa data fatal, conversar pessoalmente com o governador Camilo Santana. Agenda uma viagem ao Ceará, mas se esse compromisso não ocorrer antes de abril, Camilo irá ter um encontro com Lula em São Paulo. Quer decidir tudo combinado com Camilo, a quem respeita e quer como aliado no seu projeto de retornar ao Planalto.

Disse me disse...

A crise na Expocrato continua. João Carlos, da Arte Produções, responsável pela festa, está insatisfeito com o provável cancelamento.

João Carlos ligou para Fábio Carneirinho e tomou satisfação pela divulgação antecipada da programação da festa. Na verdade, errou o alvo.

O governador Camilo Santana prepara nova viagem, ao lado da vice Izolda Cela, para abrir caminho para Evandro Leitão assumir o Governo.

Se a articulação der certo, Evandro deve assumir o Governo do Estado durante o feriado de Carnaval. Tudo ainda sendo preparado com muito sigilo.

Pressionado pelo MDB, o deputado estadual Davi de Raimundão procurou os líderes do G20. Quer compor com o grupo para garantir uma legenda competitiva.

Apesar de declarem que ele se encaixa no perfil do G20, Davi enfrenta resistências. Na verdade, lideranças temem seu potencial de votos. 

A vereadora Auricélia Bezerra assumiu compromisso de votar em Rafael Branco para estadual e Eunício Oliveira para federal.

Auricélia deve coordenar algumas ações da dupla em Juazeiro, onde tem grande penetração eleitoral. Arnon esperava o voto para Pedro Bezerra.

Outro político do Crajubar que deve entrar na pauta do TRE no retorno do recesso do Judiciário é o ex-prefeito de Barbalha, Argemiro Sampaio.

Argemiro foi julgado inelegível em primeira instância, mas acredita que o TRE reestabeleça sua elegibilidade para a disputa de estadual em 2022.

Desculpe a ignorância, Tasso Jereisati não devia parar com esse desejo  de ter mais um mandato de senador?

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