Jornal do Cariri
População deve manter cuidados, mesmo com a redução de casos
Juazeiro do Norte já registra mais de 15 mil casos e quase 300 óbitos
Apesar de orientações, nem todas as pessoas utilizam máscaras. Foto: Divulgação
Robson Roque e Joaquim Júnior
22/09/20 8:30

O primeiro caso em decorrência da covid-19 no Cariri, em 19 de março, deu início a uma curva ascendente no registro de casos e mortes na região, sobretudo em Juazeiro do Norte. A maior cidade do Cariri se tornou epicentro da doença entre os municípios caririenses e no Ceará como um todo, depois que a doença se interiorizou no Estado. Já são mais de 15 mil casos e quase 300 óbitos, dados que deixam a terra do Padre Cícero, nas estatísticas da pandemia, atrás apenas de Fortaleza. No mês de julho, a região alcançou o chamado platô, quando houve certa estabilidade numa alta de casos. 

Em agosto, a curva da média móvel variou para baixo pela primeira vez desde o início da pandemia, revelando que o Cariri registra uma tendência de queda. A informação de redução deve ser acompanhada pela manutenção das medidas preventivas, como uso de máscara, higienização das mãos e, principalmente, evitando-se aglomerações. Contudo, o que se observa no Cariri, especialmente nos principais centros comerciais e áreas de lazer das cidades, é o despencar dos índices de distanciamento social. As cenas de muita gente sem proteção se multiplicam, à medida que a região avança na reabertura econômica. Numa ida aos centros comerciais, por exemplo, enquanto algumas pessoas usam máscaras, há muitas que não utilizam o equipamento de proteção. Ao mesmo tempo, não se vê fiscalização para alertar quem não está com máscara.

Tanto é que Juazeiro do Norte é a cidade com maior proporção de pessoas infectadas pela covid-19 em todo o Brasil, com 8% da população que já tiveram contato com o novo coronavírus. O dado é da 4ª Fase da Pesquisa a Epicovid19-BR, divulgada na semana passada e considerada como o maior estudo epidemiológico sobre a covid-19 no Brasil. De acordo com Evanúsia de Lima, epidemiologista e diretora de Vigilância em Saúde de Juazeiro do Norte, a pesquisa é amostral e, até o momento, a gestão não recebeu oficialmente o resultado. “O que a gente quer saber é se esses 8% que eles realizaram no final de agosto são pessoas infectadas IgM ou IgG. Se for IgG, nos garante um percentual maior da população que já pode ter uma imunidade – ninguém sabe se temporária, porque ninguém ainda sabe qual tipo de imunidade é conferida à pessoa após ser exposta à covid”, explica.

De acordo com a FioCruz,  IgM positivo significa que a pessoa possui anticorpos e se deduz que ela já foi exposta e está na fase ativa da doença, havendo a possibilidade do microrganismo estar circulando no paciente naquele momento. Já o resultado positivo para IgG pode indicar que a pessoa está na fase crônica e/ou convalescente ou já teve contato com a doença em algum momento da vida e, portanto, para algumas doenças, esses anticorpos funcionam como uma proteção em caso de novo contato com o microrganismo. Como acredita Evanúsia, se 8% da população foi infectada, o sistema de saúde comportou bem a demanda. Além disso, podem existir outras pessoas infectadas assintomáticas, que não procuraram serviço de saúde e que, por isso, não chegaram a esse número apresentado.

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