Pesquisadores retomam estudo no Sítio Fundão
Pesquisadores realizam ações para recuperar a área devastada por incêndio.
Foto: Gualberto Barros.
Joaquim Júnior
06/10/20 19:00

No mês de novembro de 2018, um incêndio na Unidade de Conservação do Sítio Fundão, em Crato, atingiu área superior a cinco hectares. Hoje, quase dois anos depois, um projeto desenvolvido pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), campus Crato, em parceria com outras entidades, busca recuperar a área degradada. O estudo apontou que cerca de 53.500m² foram comprometidos pelo fogo, em média 5,35 hectares, o que equivale a 5,7% da área total da unidade, que é de 93,52 hectares. Para reverter a situação, pesquisadores iniciaram ações que incluem replantio e observação de área demarcada – o que tem apresentado resultados satisfatórios na natureza.

De acordo com o professor Gualberto Barros, do IFCE Crato, o cálculo da área queimada contou com a ajuda de um aplicativo após o percurso do perímetro. Gualberto, que é um dos desenvolvedores da pesquisa, conta que, através da gestão da unidade, surgiu a ideia de montar a pesquisa que houvesse o acompanhamento da recuperação da área. Para isso, foram pensados três tratamentos, de maneira que não fossem feitas intervenções radicais, da parte legal e ambiental, no andamento do processo.

Após escolha da área e com autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), a pesquisa teve início no mês de março de 2019, período que coincidiu com a quadra chuvosa. Da área total, a pesquisa foi implantada em uma área de 2.700 m². Lá, foram implantados diferentes tratamentos para acompanhar a recuperação: um baseado na recuperação natural da própria vegetação, seguindo o curso normal; outro que, além da recuperação natural, adotou o plantio de mudas nativas; e o lançamento de bombas de semente, que são sementes envolvidas em composto orgânico.

Devido à pandemia, uma avaliação, que aconteceria no final de março de 2020, somente foi realizada no final de setembro, com nova verificação na área. “Na avaliação parcial, a gente pode afirmar que houve efeito positivo no incremento do plantio de mudas nativas”, afirma o professor. Como apontou o professor Gualberto, “a resiliência da natureza, a recuperação natural da floresta está sendo muito boa”. A intenção é que, em março de 2021, ocorra uma última avaliação, mais minuciosa, para que sejam apresentados os resultados.

Reabertura

A gestora da Sema, Dágila Ribeiro, conta que, durante o isolamento social, os trabalhos foram feitos por home office. Logo depois, tiveram início as manutenções no espaço, que incluem ações como aparo nas árvores e manutenção nas estradas. A intenção é que, em breve, através de decreto estadual e municipal, a volta dos visitantes ocorra de forma segura. Como apontou, durante o período, ocorreu reconstrução natural de árvores, dos solos e das águas. “Está tudo mais bonito, mais florestado. Bem lindo!”, finaliza.

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