Jornal do Cariri
Pedra Cariri ganha apoio para extração sustentável
Média de extração é de 7 mil m² por dia
Pedra Cariri com fóssil preserva características e história da região. Foto: Serena Morais
Joaquim Júnior
13/10/20 11:00

Atualmente, de acordo com o Elúzio Neto, presidente da Cooperativa de Mineração dos Produtores da Pedra Cariri (Coopedras), 90% da exploração da Pedra Cariri se dá em Nova Olinda e, o restante, em Santana do Cariri. A extração diária, segundo ele, tem média de 7 mil m² por dia. Já a reserva, estimada pelo Centro de Tecnologia Mineral do Cariri (CTMC), é de 97 milhões de metros cúbicos, o que equivale a 241 milhões de toneladas. Desde o ano de 2017, com a inauguração do Centro de Tecnologia Mineral, criado pela Secretaria de Ciências e Tecnologia do Estado (Secitece), o equipamento tornou-se referência e apoio tanto para produção como para pesquisas.

Francisco Carvalho, subsecretário da Secitece, conta que o processo de extração, antes da implantação do Arranjo Produtivo Local (APL), há 25 anos, era muito rudimentar e causava enorme impacto ambiental. Na época, ocorria constante destruição de fósseis, extraídos e exportados ilegalmente, e havia o uso inadequado dos recursos naturais, em grande parte consequência de uma falta de conscientização da comunidade.

“Eu tenho defendido sempre que dois fatores têm grande relevância no contexto do CTMC: a transferência de tecnologia, possibilitando a criação de novos padrões produtivos, novos processos e a implementação de uma gestão orientada para a excelência e a sustentabilidade; e a realização de ações de educação ambiental com a finalidade de conscientizar a comunidade sobre o uso racional da mineração e a conservação do patrimônio paleontológico, com o fim de garantir um desenvolvimento sustentável local e regional”, enfatiza.

Para discutir a sustentabilidade na extração, um seminário composto de três eventos foi organizado pela Secitece, junto a instituições de ensino, fomento e variados segmentos. Entre os temas, estão os pequenos produtores, lacunas mercadológicas para o fomento ao artesanato mineral; e a integração do ciclo produtivo da Pedra Cariri e exploração sustentável. Um dos participantes, Allysson Pontes, diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens da Universidade Regional do Cariri (Urca), cita que “os dados que existem apontam para uma taxa de rejeito de cerca de 70% da matéria original”, daí a necessidade de uma extração sustentável que reduza impactos ambientais.

Quanto às pesquisas produzidas tendo como objetivo a exploração da Pedra Cariri, ele destaca que as instituições de ensino locais desenvolvem inúmeros projetos. “O que todos queremos é promover o desenvolvimento da região do Cariri, preservando suas vocações, riquezas e identidades. Isso só se faz com diálogo e em grupo”, finaliza, ao lembrar que, enquanto existem avanços o processo, também acontecem retrocessos, como o fechamento do escritório da Agência Nacional de Mineração, que fiscalizaria a atividade.

Exploração

Na exploração, através de máquinas e caçambas, são retiradas as camadas de solo que se encontram acima da rocha. Além disso, são extraídos cerca de três metros da própria rocha, que seria a parte mais frágil que não serve para construção. A pedra, como explica Elúzio Neto, “é um calcário calcítico, de dureza média, com granulometria muito fina, de alta porosidade, atérmico – ou seja, não esquenta quando exposto ao sol. E pode ser encontrado em tons que variam de um amarelo claro, cinza e marrom”.

Exploração

Na exploração, através de máquinas e caçambas, são retiradas as camadas de solo que se encontram acima da rocha. Além disso, são extraídos cerca de três metros da própria rocha, que seria a parte mais frágil que não serve para construção. A pedra, como explica Elúzio Neto, “é um calcário calcítico, de dureza média, com granulometria muito fina, de alta porosidade, atérmico – ou seja, não esquenta quando exposto ao sol. E pode ser encontrado em tons que variam de um amarelo claro, cinza e marrom”.

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