A pandemia de covid-19 tem repercutido negativamente nos casos de câncer de mama. O Ceará teve uma redução de 80% nos atendimentos a patologia. Muitas mulheres deixaram de realizar ou adiaram os exames de rotina, prorrogando o diagnóstico. Com a retomada das atividades econômicas, a expectativa é de que haja um crescimento desenfreado de casos nos próximos meses. Ao longo do mês de outubro, profissionais que atuam na área, alertam para a importância do diagnóstico e prevenção precoce.

O mastologista João Paulo Mendes afirma que a situação é preocupante. “A prevenção ainda é a arma mais poderosa contra o câncer de mama e o que observamos nessa pandemia é uma diminuição de 80% nos atendimentos ambulatoriais de mastologia, tanto na rede pública como privada. A queda é motivada pelo medo das pacientes irem até as unidades de saúde e contraírem a covid-19 e, em alguns casos, pela redução na oferta desses atendimentos. O atual cenário é preocupante, tendo em vista que o câncer não espera”, comenta João Paulo Mendes.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o surgimento de 2.510 novos casos de câncer de mama no Ceará em 2020. O prognóstico levantado pela comunidade médica é que o número seja ainda maior e que haja uma "uma explosão de casos" oncológicos. Um dos indicadores que despertam atenção é o número de mamografias realizadas no Estado. Em março de 2019 foram 5.720 enquanto em março deste ano foram 3.358 exames - uma queda de 41,3%.

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