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Novos prefeitos devem reforçar combate à covid-19
Parte da campanha eleitoral no Cariri foi pautada por propostas de aperfeiçoamento do combate à nova doença
Medidas mais rígidas não são descartadas pelo Governo do Ceará. Foto: Evando Matias
Robson Roque
08/12/20 8:30

A atenção e os cuidados para evitar que a propagação do novo coronavírus cause uma nova onda de casos e, como consequência, de óbitos em decorrência da covid-19, devem ser mantidos na agenda das novas gestões municipais, cujos prefeitos foram eleitos em novembro e novos secretários de Saúde serão empossados. Parte da campanha eleitoral de candidatos no Cariri, sobretudo nas maiores cidades, como Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Brejo Santo, foi pautada por propostas de aperfeiçoamento do combate à nova doença. Os prefeitos eleitos deverão priorizar o enfrentamento à pandemia, ao mesmo tempo em que atuam em outras frentes, como problemas estruturais nos municípios.

Como ocorreu ao longo da pandemia, muitas das ações desencadeadas no Cariri deverão ser eco das medidas tomadas pelo Governo do Ceará. Desse modo, o governador Camilo Santana (PT) revelou não descartar medidas mais rígidas, como a restrição sobre a circulação de pessoas no território cearense. “Se houver necessidade de o Estado ter que tomar decisões mais duras, nós vamos tomar”, assegurou o governador, na manhã de segunda-feira (7). Camilo comentava o aumento de casos em quatro das cinco regiões de Saúde do Ceará, quando disse ter presenciado “algumas cenas” sobre a pandemia.

O governador afirmou que o Estado será mais rígido “com estabelecimentos que estão descumprindo as regras sanitárias”. Camilo ainda alertou ser “fundamental que as pessoas respeitem as orientações, mas também fiscalizem e denunciem, porque estamos falando de proteger as pessoas e a economia”. Decreto do prefeito eleito de Crato, Zé Aílton Brasil, editado em 29 de novembro, retomou a proibição para que pessoas com idade acima de 60 anos e com doenças que podem agravar o quadro de saúde em uma eventual infecção por covid-19 não circulem em espaços e vias públicas.

Prevenção contínua

Conforme a médica Kaline Cristh, que atua em Juazeiro do Norte, a prevenção deve ser contínua, independente da  mudança de gestão. Apesar de não enxergar necessidade de um novo lockdown, a médica sugere que os novos prefeitos invistam em educação e conscientização da população. “As pessoas estão mais afoitas. Já estão saindo às ruas sem máscaras, tendo uma vida social mais ativa, frequentando barzinhos, fazendo festas. E tudo isso tem gerado uma segunda onda de covid, um aumento do número de casos e mortes. Então, é preciso que a prevenção contra o coronavírus esteja, sim, na agenda dos representantes escolhidos pelo povo. Que haja investimento em educação e conscientização, porque o conhecimento também é uma forma de prevenção contra o coronavírus”, diz a médica.

A mudança de uma gestão para outra não trará impactos significativos nas estratégias de enfrentamento do novo coronavírus, segundo Kaline Cristh. Ela diz que, primeiro, porque a pandemia já não é uma surpresa como foi no começo, em meados de março. Segundo, pelo fato de muitos dos prefeitos eleitos terem erguido a bandeira de melhorar o combate ao vírus como uma proposta de campanha. A médica também cita que as medidas de prevenção devem ser, acima de tudo, de cada indivíduo. “Quando uma pessoa se protege ela quebra a cadeia de circulação do vírus e, com isso, ela está protegendo não só a família dela, mas as famílias vizinhas, o colega de trabalho, a família da secretária doméstica, se eventualmente ela tiver, e assim por diante”, considera Kaline Cristh.

Manifestando-se contrária a um novo lockdown, em razão de não acreditar ser esta a medida mais adequada, a médica sugere a adoção de medidas mais restritivas, como  o impedimento de eventos que gerem aglomeração. Uma das preocupações apontadas por ela são justamente as comemorações de final de ano, especificamente Natal e Ano-Novo. “Então, deixar claro para a população que a pandemia continua, que o número de casos continua ativo e aumentando, que o número de mortes está aumentando e que quem está perecendo são, principalmente, os idosos”, afirma.  As novas gestões municipais também deverão investir em suas equipes de saúde e lidar com a vacinação da população, diz a médica. “Cada nova equipe de gestão deveria elaborar um plano para essa questão da vacinação, também destinando recursos para o armazenamento ou para aquisição de doses, e ampliar essa imunização da população”, finaliza Kaline Cristh.

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