Em 2024, 21% dos pacientes internados na Unidade de Acidente Vascular Cerebral (UAVC), do Hospital Regional do Cariri (HRC), tinham menos de 55 anos. De janeiro a setembro de 2025, o percentual já chega a 17%, o que gera alerta sobre os fatores de risco e a importância da reabilitação precoce em pacientes mais jovens.

Ainda em julho do ano passado, as doenças que acometem os vasos sanguíneos lideraram as mortes no HRC, com 1.251 vítimas de infarto e AVC. Entre 2011 e 2021, as mortes por AVC em pessoas com menos de 50 anos cresceram cerca de 18% no Brasil. No mês que celebra o Dia Mundial do AVC - 29 de outubro - especialistas chamam a atenção para a prevenção e reconhecimento precoce dos sintomas.

O neurologista João Igor Landim afirma que o aumento de casos em jovens tem relação direta com o estilo de vida e pode estar relacionado a outras causas não tradicionais, como doenças autoimunes e inflamatórias, cardiopatias estruturais, trombofilias hereditárias e uso de contraceptivos hormonais.

“A cada dia que passa, o estilo de vida contemporâneo está sendo marcado por sedentarismo, má alimentação, estresse crônico, uso de substâncias como álcool e drogas ilícitas, tabagismo e sono irregular. Isso tem contribuído significativamente para o aumento da hipertensão arterial, diabetes tipo 2, obesidade e dislipidemias, fatores de risco clássicos, que têm influenciado o aumento da quantidade de AVC em jovens”, destaca o médico.

O AVC ocorre quando há uma interrupção do fluxo de sangue para uma parte do cérebro, causando súbita perda de força nos membros superiores, alteração da sensibilidade, tontura, fala arrastada ou confusa e desequilíbrio. É importante estar alerta aos sintomas para o reconhecimento rápido da doença e possível intervenção precoce.

A fisioterapeuta Lívia Landim destaca que, além do atendimento urgente em casos de AVC, é necessária a reabilitação para que o paciente retome a vida ativa. O neurologista João Igor complementa que a reabilitação precoce deve ser acompanhada de um estilo de vida saudável. “Para prevenir que o AVC aconteça, é essencial controlar os fatores de risco e mudar o estilo de vida”, conclui.