Jornal do Cariri
Longa-metragem dá voz a mulheres ativistas
Projeto audiovisual foi criado pela fotógrafa Nívea Uchoa
Foto: Nívea Uchoa
Joaquim Júnior
16/03/21 18:00

Um projeto de audiovisual, criado por Nívia Uchôa, fotógrafa, cineasta e ativista, que reúne as vozes e olhares de mulheres do Cariri cearense. Este é “Verbo ser – sua primeira conjugação em público” que, desde o ano de 2016, é desenvolvido a partir da pesquisa e captura de imagens em atos como o Dia Internacional da Mulher e o Dia da Consciência Negra. No próximo domingo (21), às 20 horas, a idealizadora fala um pouco sobre a trajetória do documentário na programação remota do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri. 

O filme longa-metragem, segundo Nívia Uchôa, nasce da necessidade de exibir as vozes das mulheres, por meio da linguagem cinematográfica. Para isso, o documentário reflexivo é contado por ativistas dos movimentos de mulheres do Cariri, de diferentes organizações, sociedade civil, jornalistas, escritoras e vítimas de violência. Entre elas, nomes como da professor Zuleide Queiroz, de Verônica Isidório, Valéria Carvalho, Verônica Carvalho, Brendha Vlasak, Carla Vieira, Claudia Rejane. “Elas fazem parte do ativismo #pelavidadasmulheres não só no Cariri como no Ceará, no Brasil e no mundo”, explica Nívia. 

Atualmente, o filme encontra-se em critérios de seleção para entrevistas. Algumas, inclusive, aconteceram antes da pandemia de covid-19. Como enfatiza Nívia, “o Filme Verbo Ser traz, principalmente, uma discussão acerca da atuação de ativistas da região do Cariri cearense em seus discursos que, segundo a Frente de Mulheres, as ativistas ‘lutam por causas feministas, anti-capitalistas, anti-racistas, anti- lesbohomobitransfóbicas, suprapartidárias e laica’”. Ela destaca que o longa, que apresenta entrevistas e fatos jornalísticos de épocas distintas, exibirá notícias de periódicos impressos, sítios digitais e arquivos das interlocutoras, que irão contar fatos de duas décadas e suas contextualizações históricas sobre opressões relativas às violências contra mulheres na região e que circundam a sociedade brasileira. 

“Entende-se sobre este processo de documentação a busca dos porquês e por soluções de uma construção sócio político cultural sobre a violência contra mulheres. O filme visa entender questões tão arcaicas e dicotômicas da sociedade que são as violências contra mulheres, o  machismo, o patriarcado, o racismo, a homofobia com compromisso de explorar e documentar a realidade dessas mulheres e questões sociais que ocorrem na contemporaneidade”, afirma Nívia, ao citar que “estamos em um país que naturaliza a  violência contra mulher”.  

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